No momento, há uma queda de braço entre o governo e as empresas interessadas em tocar a obra. Um dos consórcios formados para o leilão se retirou da disputa, alegando que o preço da energia futura seria muito baixo para as suas necessidades. O presidente Lula foi categórico: a usina será construída com ou sem a participação do capital privado.
Grande obras de infraestrutura são uma necessidade premente do país. Portos, estradas, aeroportos, ferrovias - e energia. O Brasil precisa de tudo isso e mais um pouco, pois a velocidade do crescimento econômico não pode ser tolhida por esses gargalos. O tão criticado - pela oposição - PAC cuida das principais carências. Mas mesmo depois que tudo que ele abarca ficar pronto, será preciso fazer ainda mais.
Hoje não se discute mais sobre o futuro do país. Há consenso de que o Brasil estará entre as cinco maiores economias do mundo nos próximos anos - hoje já é a oitava. Para que isso ocorra, porém, é necessário acelerar o processo desenvolvimentista. Obras como a usina de Belo Monte, por exemplo, não podem sofrer o processo de interrupções e de questionamentos que se verifica. Os danos que porventura possam causar são muito menores que os benefícios que podem dar - essa é a conta que tem de ser feita.
É tocante e legítima a preocupação de ambientalistas, de religiosos, das populações indígenas, de habitantes próximos dessas megaconstruções. O governo deve tratar as suas reivindicações com toda a atenção e cumprir tudo o que for possível para evitar que haja prejuízos irremediáveis para quem quer que seja. Mas esse pessoal precisa entender que, numa democracia, deve prevalecer o interesse maior.
É inadmissível que, por caprichos rousseaunianos, por um fundamentalismo ecológico levado às últimas consequências, o país jogue fora as enormes oportunidades que estão aí à sua frente.
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