Além desses jornalistas há muitos outros profissionais aqui no Brasil que levam a sério o espetáculo da indústria de cinema dos Estados Unidos. Alguns por simples dever, outros por convicção, mas isso não importa. No atual estágio da chamada globalização, o Oscar, com toda a sua pompa artificial, a sua beleza siliconada, suas piadas de ocasião e, principalmente, seus filmes de produção bilionária e roteiros vazios, é um dos pontos máximos do show business, um acontecimento que se basta em si próprio.
Tampouco importa quem sejam os vencedores das inúmeras categorias. No fim, vencem sempre os mesmos, aqueles que fazem o jogo das grandes corporações, aqueles que mais contribuem para manter a curva de ganhos das empresas elevada.
O bom cinema, no fundo, todos sabem, é outra coisa.
Como esse extraordinário O Segredo de Seus Olhos, do argentino Juan José Campanella, exibido em várias salas paulistanas.
A arte de Campanella pode não ser revolucionária, nem mesmo arrojada. Em certo sentido, é tradicional, conservadora.
Mas o que vale é que ele sabe mesclar tão bem as doses de drama, de comédia, de suspense e de romance naquelas duas horas em que conta uma história, que saímos da sala de projeção com a convicção de que não precisamos descobrir em outros mundos de seres azulados as emoções que nos fazem humanos.
Em tempo: O Segredo de Seus Olhos concorre ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Seria legal se ele ganhasse, pois assim teria chance de ver visto por mais pessoas.
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