Casquinha, Zeca Pagodinho, Monarco e Mauro Diniz, em cena do filme
De qualquer modo, o longa-metragem é muito importante como registro desses artistas maravilhosos que fazem a autêntica música popular brasileira. Vê-lo no dia em que fiquei preso no trânsito, a poucos metros de onde moro, por causa do show do grupo americano de heavy metal Metallica, foi ainda mais enriquecedor - solidifica a crença que sempre tive de que a arte mais universal e profunda é aquela feita com o propósito de satisfazer não o grande público, mas a grande alma.
Por coincidência, acabei achando, também neste fim de semana, um CD com a "sinfonia" popular que Billy Blanco lançou, em 1974, em homenagem a São Paulo, da qual até hoje se ouvem excertos no rádio, principalmente na Jovem Pan, que transformou uma de suas músicas, "O Tempo e a Hora", numa espécie de marca registrada da emissora:
"Vombora, vombora
olha a hora, vombora
vombora, vombora
olha a hora, vombora
vombora!
que o tempo não espera
a vida é derradeira
quem é, vai ser, já era
de qualquer maneira
o mundo é do que eu quero
- o quem me dera é triste -
tristeza basta a guerra
e o adeus no amor".
A obra é uma beleza, atual mesmo depois de quase 40 anos. E está aí, perdida no meio de tanta porcaria que vem de fora, em meio a milhares de toneladas de lixo. Mas o próprio Billy Blanco tem uma explicação para que tais coisas ocorram. Os versos são da música "O Dinheiro", faixa 6 da sua "Paulistana - Retrato de uma Cidade":
"Dinheiro, mola do mundo
que põe a gente na tona
que leva a gente ao fundo
....
Dinheiro, jura e juros
que ergue todos os muros
pra ele próprio depois
derrubar, derrubar, derrubar
é a voz que fala mais forte
razão da vida e da morte
também só compra o que
pode comprar"
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