sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Ponto de virada

Kassab toma um cafezinho antes de ir à luta: prefeito sofre...
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

As declarações do prefeito Gilberto Kassab de que a população paulistana deve ficar tranquila, apesar do caos vivido pela capital a cada chuva mais forte, pois "os investimentos estão ocorrendo", mostram o tipo de político que dirige a maior cidade da América do Sul: incompetente administrativamente, insensível socialmente e inteiramente despreparado sob qualquer análise.
Kassab teve, a vida inteira, atuação política medíocre, e antes de ganhar a cadeira de prefeito de José Serra, era um completo desconhecido da população - que agora passa a conhecê-lo melhor. A continuar nessa toada, ele deverá bater o recorde de impopularidade no cargo, galardão ostentado por outro "poste", Celso Pita, uma invenção de Paulo Maluf que causou prejuízos incomensuráveis a São Paulo.
Kassab não tem vida própria, é um simples fantoche nas mãos do governador José Serra, que, neste instante, deve estar arrependido de tê-lo feito seu sucessor - hoje, a sua presença na prefeitura representa um fardo pesadíssimo a atrapalhar as pretensões eleitorais do tucano. Antes algo impensável, um rompimento ostensivo da parceria PSDB-DEM na direção da metrópole, é agora uma opção política a ser considerada, revivendo o episódio Maluf-Pita.
E enquanto esse impasse não se resolve, a cidade vai se desintegrando, afundando nas chuvas, na lama e no esgoto, sendo estrangulada por centenas de quilômetros de vias congestionadas, sem capacidade de oferecer aos seus moradores condições mínimas de habitalidade, com os seus serviços sucateados, o lixo se acumulando nas ruas, os buracos nas ruas e calçadas como exemplo mais visível do abandono e do descaso administrativo.
O que acontece em São Paulo não é só uma tragédia - é o episódio que demarca claramente as diferenças entre as duas maneiras de fazer política que se digladiam hoje no Brasil.

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