sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Espelho, espelho meu


Na quarta-feira, ainda sob o impacto causado pela morte de dezenas de milhares de haitianos, de mais de uma dezena de militares brasileiros, e da fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, diversas autoridades do país foram a público lamentar o ocorrido e ressaltar o trabalho humanitário desenvolvido pela médica catarinense radicada no Paraná.
Entre eles, destaco uma das manifestações, a nota oficial emitida pelo governador de São Paulo, José Serra, transcrita na íntegra a seguir. Os grifos são meus:
"Zilda Arns era uma mulher extraordinária. Movida pela fé cristã, conhecedora do espírito de solidariedade do nosso povo, simbolizava como ninguém o trabalho da Pastoral da Criança, com mais de 150 mil voluntários espalhados em mais de 3,4 mil municípios do Brasil, nas regiões mais pobres, atuando junto às famílias, às gestantes e às criancinhas. Quando ministro da Saúde, a Pastoral da Criança, e dona Zilda, foram nossos principais parceiros no combate à mortalidade infantil. Logo no início da minha gestão de quatro anos duplicamos os investimentos no trabalho por eles desenvolvido. A forte queda dessa mortalidade deve-se muito à ação da Pastoral. Por isso mesmo, em 2001 coordenei a proposta de outorga do Prêmio Nobel da Paz à dona Zilda, proposta essa que obteve grande apoio em todo o Brasil e no exterior. Como indivíduo, ninguém fez tanto em nosso país pela vida das crianças quanto Zilda Arns. Sua perda é dolorosa para todos nós. Para mim, foi-se uma amiga, muito querida".
Serra até que falou pouco de si próprio.
Faltou dizer certas coisas que repete ad nauseum, tais como ter sido eleito (?) o melhor ministro da Saúde do mundo, ter instituído o melhor programa de prevenção à aids do universo e a venda dos genéricos no país (sic).
A cada dia que passa Serra mostra que a modéstia, definitivamente, não é o seu forte, e que a descortesia já se transformou em marca registrada.

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