terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Um mundo à parte

Na abertura da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), o presidente Lula abordou, em seu discurso, uma questão prioritária para o país neste momento, algo que ajudará o Brasil a se colocar entre as maiores nações do mundo. “Demos um salto espetacular (no número de pessoas que acessam a internet). É muito bom, mas não podemos nos dar por satisfeitos. No mundo atual, a internet não é um luxo, mas um artigo essencial para população e para o exercício da cidadania”, disse, acrescentando que é preciso massificar o acesso à internet.
“A inclusão digital, da mesma forma como a inclusão social, deve ser encarada como uma prioridade nacional”, afirmou Lula. Ele cobrou dos futuros candidatos à Presidência da República que incluam no debate eleitoral questões relacionadas à convergência de tecnologias. “É preciso incluir o tema da comunicação social na agenda do país.”
O presidente aproveitou para dar uma cutucada nas entidades patronais que representam os jornais, a ANJ, e as emissoras de rádio e televisão, a Abert, que boicotaram a Confecom: “Lamento que alguns atores da área de comunicação tenham preferido se ausentar dessa conferência temendo sei lá o quê. Perderam a oportunidade de derrubar muros. Lamento, mas cada um é dono de suas decisões e sabe onde apertam os calos.”
Num trecho do discurso, Lula expressou de maneira taxativa seu apego à liberdade de imprensa, dando uma resposta a críticos que insistem em ver nele uma pessoa arredia aos jornalistas em geral: “A imprensa é livre, apura o que quer apurar, e deixa de apurar o que quer. Meu compromisso com a liberdade de imprensa é sagrado e é essencial para a democracia. Às vezes, há jornais que se excedem, desprezam os fatos e emplacam em campanha, disseminam calúnias, infâmias. Aprendi a conviver tranquilamente com isso. Havendo a liberdade, a verdade um dia acaba aparecendo.”
A Confecom, como se sabe, está sofrendo um boicote da chamada grande imprensa, a mídia corporativa, que não aceita discutir nem seu papel numa moderna sociedade democrática, nem qualquer intenção de atualizar a legislação da área.
Hoje sem Lei de Imprensa, sem ter sequer a profissão de jornalista regulamentada, o Brasil retrocedeu ao estágio pré-capitalista na área de comunicação de massa. É algo assustador que se tenha chegado a esse ponto exatamente num momento em que o país exibe avanços sociais e econômicos significativos.
A tentativa de se isolar do mundo, de viver numa espécie de enclave regido por regras próprias e especialíssimas, é, sem meias palavras, patética.

Com informações da Agência Brasil

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