Até quando os meios de comunicação paulistas vão tratar o gravíssimo problema da segurança pública do Estado como um fato isolado da gestão tucana?
A incapacidade dos governos do PSDB que se sucedem em São Paulo de controlar o aparelho policial e assim, pelo menos, orientar a sua força em benefício da sociedade, atingiu o ápice com José Serra.
As chocantes cenas da batalha, a poucos metros do Palácio dos Bandeirantes, entre policiais militares e civis - estes sob o estresse de uma longa greve - já foram superadas, em seu conteúdo dramático, várias vezes.
Os jornais de hoje, por exemplo, mostram, em suas capas, fotos de uma metrópole que poderia estar em qualquer distante zona conflagrada do mundo - mas que se encontra, infelizmente, no coração da capital.
Quando se lê ou se ouve a narração dos fatos, porém, é como se eles fossem fruto de geração espontânea, não tivessem causa nesse terrível modelo político de exclusão social que é a marca registrada de tucanos e assemelhados - e como se, em última instância, a polícia agisse da maneira que age, como uma força justiceira acima das leis, porque ela não deve mesmo obediência a quem quer que seja, nem ao público que diz servir, nem a seus superiores imediatos ou, no topo da escala hierárquica, ao governador do Estado.
Secretários caem, delegados e policiais são afastados, casos e mais casos de corrupção e de abusos aos direitos humanos se acumulam numa crise sem fim - e não se lê, não se escuta, nenhum editorial indignado, nenhuma voz a pedir que se apure quem são os responsáveis por essa sucessão de tragédias.
Não existe efeito sem causa. E a causa de tudo isso que os jornais querem, mas não podem esconder, tem nome, sobrenome e endereço conhecidos.
Nesse caso, nem seria preciso se esforçar para fazer o trabalho. Bastaria apenas ter coragem - ou, no mínimo, honestidade.
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