sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Justiça lenta, justiça falha

Tivemos ontem dois bons exemplos do que é a Justiça no Brasil.
No dia 20 de agosto do ano 2000 o jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves assassinou a ex-namorada, também jornalista, Sandra Gomide. Nove anos depois, apesar de réu confesso e condenado a 15 anos de prisão, o ex-diretor de redação do Estadão continua solto, aguardando o julgamento de seus recursos, enquanto a família da vítima vive em precária condição de saúde emocional e física, sequela do violento trauma pelo qual passou - e sem nenhuma perspectiva de que, pelo menos, sinta o alívio de ver o assassino cumprir a sua pena.
Também ontem, um dos maiores escândalos do futebol brasileiro, que ficou conhecido como o caso da "Máfia do Apito", envolvendo a manipulação de resultados de jogos do Campeonato Brasileiro de 2005, foi arquivado por ordem da 7.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. Para os desembargadores, não houve crime. Um deles, Cristiano Kuntz, justificou assim o seu voto: "Li nos jornais que o Corinthians ganhou do Internacional com dois gols irregulares. Nem por isso alguém vai ser processado por roubo. Desacertos, mesmo quando cometidos de forma proposital e sob interesses pessoais, podem não se converter em ato ilícito."
Os dois exemplos bastam para revoltar qualquer cidadão. E provocam uma rápida reflexão: não seria muito melhor a imprensa, os parlamentares, as autoridades,enfim, estarem discutindo o que se pode fazer para que este país tenha uma Justiça mais rápida e eficiente do que perder tempo com bobagens como os últimos factóides criados pela oposição?
Aliás, se tivessem um mínimo de inteligência, seriam os próprios oposicionistas que levantariam uma bandeira como essa, aproveitando a inação daqueles que detêm o poder. A opinião pública, que tanto prezam, certamente ficaria muito grata.

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