Fernando Henrique Cardoso, aquele ex-presidente da República que não consegue se calar, procura passar à história não só como um ilustre estadista, mas como um intelectual de primeira.
Tanto que depois de deixar as suas funções de chefe do Executivo - para alegria dos milhões de brasileiros que comeram o pão que o diabo amassou nos seus oito intermináveis anos de governo - tratou de montar um instituto com o seu nome.
Coisa chique, mantida com uma dinheirama que só alguém com os seus contatos consegue.
O Instituto Fernando Henrique Cardoso é para quem pode: tem todo o acervo pessoal e da vida pública do mais insígne tucano do país.
Mas como as idéias nele contidas têm de ser obrigatoriamente de FHC, o conteúdo que se encontra ali é, por assim dizer, decepcionante.
FHC bem que tenta se mostrar importante, denso, genial.
Consegue ser comum, ralo, medíocre.
Um bom exemplo desse intelectual de almanaque pode ser apreciado na "Apresentação" do instituto, que, no trecho final, oferece uma jóia ao internauta:
"O Instituto segue em construção. E pretende cumprir sempre melhor a missão a que se propôs. Uma última palavra. De tudo o que fiz no e pelo Instituto até aqui, o mais gratificante tem sido receber a cada mês uma turma de alunos do ensino médio. Com respeito, mas sem cerimônia, sou questionado sobre o que penso sobre um tema escolhido por eles. Falo e escuto. E assim reforço em mim a convicção de que a democracia tem feito bem ao Brasil. Mais uma razão para continuar a trabalhar por ela."
Pois é. Depois de muito refletir, FHC chegou à conclusão que a democracia fez bem ao Brasil.
Se ele não nos revelasse isso, ninguém saberia.
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