sábado, 6 de junho de 2009

A última do Mellão

Volta e meia ele brinda os leitores do Estadão com verdadeiras jóias, artigos para ler e guardar. O deputado estadual João Mellão Neto - nem é preciso dizer seu partido - representa a fina flor do pensamento reacionário brasileiro, aquela direita que pensa, exala e vive eternos chavões eivados de rancor e preconceitos contra pobres e assemelhados.
Mellão, verdade seja dita, tenta ser engraçado. Mas o humor, definitivamente, não combina com a ideologia que ele prega.
Seu último artigo no Estadão, "Trabalhe Pesado!", resume a sua profícua obra em prol do pensamento neoliberal. Em destaque, o trecho final:
O Bolsa-Família é um programa que, uma vez implantado, não há mais como descartá-lo. Os milhões de beneficiários já estão acostumados com o aporte mensal do dinheiro fácil. Como dizer a eles que dali em diante deveriam suar o rosto para obtê-lo?
Tanto para o governo como para a oposição, propor o fim do Bolsa-Família seria eleitoralmente desastroso. E o programa, assim, se impõe como algo definitivo.
Aqueles que trabalham hão de votar na oposição, já aqueles que não trabalham votarão sempre no governo. Como estes últimos se estão tornando maioria, o continuísmo parece ser um prognóstico evidente.
Como é economicamente impossível pôr a totalidade dos brasileiros sob o guarda-chuva do Bolsa-Família - alguém tem de pagar a conta -, teremos no País, doravante, duas classes de cidadãos: a dos que sustentam e a dos que são sustentados pelo Bolsa-Família.
Quanto a você, que está lendo este artigo, a recomendação do governo é a seguinte: "Trate de trabalhar duro! Além da sua família, há mais 11 milhões de famílias que dependem de você!"
Com uma oposição desse nível é quase impossível Lula não fazer seu sucessor...

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