sexta-feira, 27 de março de 2009

Nada mais que ridículos

Eles querem ser chamados de Democratas, assim com o D maiúsculo. Estiveram na linha de frente da sustentação da ditadura e, embora civis, foram figuras de proa do regime militar. Com o fim da exceção, abraçaram com todas as forças o neo-liberalismo então em voga. 
Naquele tempo, gostavam de ser conhecidos como "liberais", num evidente abastardamento do significado da ideologia. 
Sempre se colocaram contra tudo o que tivesse a mais longínqua conotação popular. 
Ligados umbilicalmente ao grande capital, floresceram na associação com seus irmãos "sociais-democratas", agrupamento com o qual dividiam o poder - e as suas benesses.
Quando viram que estavam para se extinguir - por falta de votos, essencialmente -, esses liberais de fachada resolveram mudar - de nome, apenas.
Passaram a se intitular Democratas, novamente corrompendo o termo, numa atitude evidentemente oportunista.
Hoje, protagonistas em um caso escandaloso, como esse da Operação Castelo de Areia, que flagrou fortes evidências da existência de um esquema de lavagem de dinheiro e financiamento ilegal de políticos na construtora Camargo Corrêa, eles mostram ser coerentes com todo o seu passado de adesismo escancarado aos mais fortes e desprezo explícito aos mais fracos. 
Afinal, sempre tiveram o cinismo como companheiro inseparável.
Mas essa intenção de processar o presidente Lula pela responsabilidade da Operação Castelo de Areia, que julgam "política" revela que mesmo os mais cínicos dos cínicos correm o risco de serem mal interpretados.
Como nesse caso específico, em que eles estão sendo tão somente ridículos.

Um comentário:

  1. Motta,

    parabéns pelo texto, mas eu não poderia deixar de lembrar que a alcunha de "demos" acabou por justificar a tentativa de se auto-denominarem de Democratas. É o certo por vias tortuosas. Somente Freud explica, não é mesmo?

    Um abraço,

    Márcio

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