sábado, 31 de janeiro de 2009

A pose da avestruz

O presidente Lula tem sido um dos que mais constantemente falam das oportunidades que os momentos de crise criam.
Ele até que tem feito a sua parte. Ninguém pode acusar o governo de estar inerte e não responder com ações concretas aos estragos que a recessão mundial provoca no Brasil.
Mas são meramente medidas reativas, sem grande audácia. É um arroz com feijão com algum tempero. Falta a criatividade que diferencia o medíocre do gênio. 
Com tantos órgãos, tantos cérebros, tanto dinheiro à disposição, era de se imaginar que algo realmente novo brotasse nesse jardim outonal em que se transformou o planeta Terra. 
E o que dizer então dos chamados "empreendedores", os valorosos líderes da iniciativa privada? De que maneira estão contribuindo para que a crise seja superada? 
Até o momento, da maneira mais covarde possível, cortam custos por meio de demissões, tentando, estupidamente, apagar o incêndio com gasolina - afinal, quanto mais desempregados tiver o mercado, mais fraco ele será - e pedem socorro a quem justamente mais desprezam, o Estado, hoje representado por um governo presidido por um odiado representante das classes que consideram inferiores.
Não há mais quem duvide de que a crise é séria, profunda e de consequências dolorosas para todos. Mas será ainda mais terrível se aqueles que dispõem dos meios para enfrentá-la continuarem a agir como espectadores - e não como personagens - do drama.

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