terça-feira, 9 de setembro de 2008

Ricos, mas também pobres

O que você pensaria de um país no qual:

- 25% da população só consegue escapar da pobreza através de auxílios governamentais;

- 13% dos habitantes são considerados pobres e uma porcentagem praticamente idêntica só não cai na pobreza graças a benefícios sociais;

- Mais de 10% da população faz uso de diversos programas de assistência social governamentais, ao custo de US$ 70 bilhões anuais;

- No ano de 2006, em torno de 5,3 milhões de pessoas receberam o seguro-desemprego.

Os números acima são oficiais. E esse país que exibe indicadores tão tristes é hoje a terceira maior economia do mundo, superada apenas pela dos Estados Unidos e a da China. Sim, o país em questão é nada menos que a República Federal da Alemanha, com Produto Interno Bruto (PIB) total de mais de US$ 3 trilhões e per capita de US$ 40 mil.

O estudo do Departamento de Estatísticas apontou que, dos 25 países da União Européia, a Alemanha, em questão da pobreza, ocupa a nona posição, ao lado de Finlândia, Áustria e França. A pobreza média da UE é de 16%, o que corresponde a 80 milhões de pessoas numa população de 500 milhões.

A mais atingida pelo problema é a Letônia, com 23% da população pobre ou ameaçada de pobreza. Os países da UE com menos pobres são Islândia, Holanda e República Tcheca, todas com um índice de 10%.

Na Alemanha, a distribuição dos pobres se dá por todas as faixas etárias, o que não ocorre em nenhum outro país do bloco. Na Dinamarca, por exemplo, a pobreza atinge 5% das pessoas de 55 a 65 anos, mas entre os jovens de 18 a 24 anos ela chega a 35%. Situação semelhante é verificada na Suécia (30%) e na Finlândia (24%). Nessa faixa etária, a média européia é de 20% e, na Alemanha, de 15%. Já no Chipre, a situação é completamente oposta: enquanto apenas 8% dos jovens são pobres, o problema atinge 52% dos aposentados.

A situação na Eurolândia não chega a ser dramática como em outras partes do mundo. Mesmo assim, mostra que a desigualdade social não é um drama específico de determinados países. Atinge a todos, seja em que hemisfério for.

O aclamado mercado não só não resolveu os problemas mais agudos da humanidade, como aprofundou muitos deles. E, nessas situações, não é a sua mão invisível que socorre os desvalidos, mas sim a mão forte do Estado.

O ser humano tem ainda muito a evoluir.

3 comentários:

  1. Por gentileza, você teria a fontes desses dados?

    Obrigada

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  2. Oi, Wilma,
    o estudo é do Departamento Federal de Estatísticas da RFA.
    A notícia foi dada no site da Deutsche Welle:
    http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,3620821,00.html

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  3. Obrigada, Carlos, valeu!!

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