No primeiro, o jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves vê a pena imposta pelo assassinato da também jornalista Sandra Gomide reduzida em três anos.
O detalhe é que Pimenta Neves está livre - desde que cometeu o crime, há oito anos, passou apenas seis meses preso.
Fato relevante: Pimenta Neves foi correspondente em Washington e diretor de redação do Estadão e da Gazeta Mercantil, trabalhou por uma década para o Banco Mundial e era amigo de vários donos de jornais.
No segundo, três rapazes foram soltos depois de passarem dois anos presos sob a acusação de terem estuprado e matado uma jovem. O crime acabou sendo confessado por outra pessoa. Dos três, dois se diziam inocentes e o terceiro relatou que havia confessado sob tortura. Apesar de soltos, terão ainda de ir a júri.
Fato relevante: os três são uns pobres coitados.
Os dois casos certamente não são os únicos que reforçam a percepção generalizada de que no Brasil a Justiça é para pobres, pretos e putas.
O circo rapidamente instalado pela oposição em geral a respeito da matéria da revista Veja é apenas a prova cabal de que há algo de podre no reino da Belíndia.
Certas pessoas não têm apenas a certeza da impunidade, como trabalham com muito afinco para que ela seja transformada em lei.
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