quarta-feira, 25 de junho de 2008

Vida besta

Em recente programa esportivo da Rádio Eldorado, os apresentadores comentaram a liberação de verba federal para custear o lobby pelas olimpíadas de 2016 no Rio. Acharam um absurdo a destinação do dinheiro que, segundo eles, iria apenas patrocinar um "trem da alegria" por volta da Terra de uns poucos e felizes cartolas. Pois, de acordo com os radialistas, o Rio não tem a menor chance de ser sede dos jogos olímpicos.

Esse tipo de visão distorcida e desonesta é típica de uma grande parte da imprensa nativa, na qual os chavões e preconceitos são servidos a todo o momento como se fossem parte integrante de uma análise objetiva dos fatos.

Mesmo profissionais de certo renome usam e abusam do expediente. E nada escapa dessas "críticas" que se justificam como a expressão de um sentimento médio da população. Nada mais equivocado, pois pressupõe uma padronização de pensamento impossível de ocorrer.

Na realidade, o que tais "jornalistas" fazem é pura disseminação de uma ideologia tacanha, colonial, de quem se sente eternamente inferior a padrões e comportamentos de um hemisfério norte civilizado, limpo, educado, progressista e sempre dono da razão de todas as coisas.

Para esses, nós, os da parte de baixo do mundo, com algumas exceções que falam o inglês - mesmo o abastardado - somos incapazes até de promover um mero evento esportivo. E, se somos de tal forma incompetentes, é melhor aceitarmos o nosso destino fatal e nos acocorarmos pelo resto de nossas vidas, tal qual o Jeca Tatu lobatiano.

Êta vidinha besta!

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