Dados do Ibope mostram que a audiência da Rede Globo cai de modo lento, porém consistente, desde 2006, quando, em todo o país, a toda poderosa conseguiu média de 23,3% do total. No ano seguinte, a fatia já tinha encolhido para 21,2% e neste ano, até o dia 23 de junho, estava em 19,5%. De 2004 até agora, a perda de audiência foi de 20%. Pela primeira vez na história a média fica abaixo dos 20%.
Já a concorrente (adversária, inimiga?) Record ganhou, no mesmo período, 127% de audiência, passando a ocupar a vice-liderança, deixando o SBT de Sílvio Santos para trás. Mesmo assim, a média atual da rede da Igreja Universal é de menos da metade da Globo, 7,5%, apenas um ponto percentual e meio acima do SBT.
Os números, divulgados pela Folha de S. Paulo, indicam que a estratégia da Record de clonar a programação da líder está dando certo. Apesar disso, parece ser algo arriscado. Ou, pelo menos, algo a ser evitado.
Quem tem tanto dinheiro como a Record deveria oferecer ao telespectador um cardápio menos insípido e sem imaginação do que o atual.
A televisão brasileira é um deserto de idéias. Os programas se repetem ad infinitum desde tempos imemoriáveis, apresentando a diversão mais tola e infantil, sob a justificativa de que é isso mesmo que o público quer.
Mesmo as novelas da Globo, exaltadas como exemplos de grande competência da TV brasileira, não passam de simples folhetins vitaminados por uma produção mais rica.
Nesse triste panorama, tanto a líder como a emergente nova rica poderiam se lembrar que, como concessões públicas, têm a obrigação de prestar um serviço ao país.
Não precisariam abandonar a linha "popular" que adotam. Mas produzir alguns programas para ajudar a elevar o nível de educação do povo seria, digamos, um gesto de boa vontade.
O país está mudando. Até mesmo os donos dos meios de comunicação, as figuras mais reacionárias deste país, devem estar percebendo isso.
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