O apagão viário paulistano não é apenas conseqüência do crescimento desmedido da frota de veículos. É antes fruto de uma política que privilegiou o transporte individual, na contramão de soluções historicamente consagradas em todo o mundo.
Os prefeitos paulistanos - com algumas raras exceções -, preferiram impor à metrópole o individualismo, que representa, por fim, esse estilo de governar que afundou economias e dizimou esperanças por vastas regiões deste planeta.
O modelo de Estado enxuto, pouco intervencionista, que observa os cidadãos competirem sem trégua pelo sucesso a qualquer custo (o bom é levar vantagem, certo?), foi aplicado à regra na megacapital.
Para que construir linhas de metrô ou corredores de ônibus, se alguns poucos e bons túneis e avenidas superfaturados, bonitinhos, mas ordinários, podem alegrar o pessoal que segue as sentenças definitivas baixadas nas linhas de Veja, Folha, Estadão e assemelhados?
Levar adiante um projeto sério e consistente para resolver o apagão viário paulistano é, antes de mais nada, uma decisão política, que exigirá muita coragem e o rompimento com compromissos firmemente estabelecidos.
É obra para quem quer ser um estadista e não apenas um administrador.
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