Até o governo conservador de Nicolas Sarkozy ficou perplexo e desorientado com o assassinato do porta-voz das FARC, Raúl Reyes, por tropas colombianas, no Equador.
A questão mais levantada pelos analistas é sobre os motivos que levaram o presidente Álvaro Uribe a ordenar o assassinato - e a invasão de território equatoriano. A explicação mais lógica para eles é que para Uribe não interessa a libertação dos reféns das FARC, especialmente de Ingrid Betancourt, sua adversária política. Reyes era quem estava negociando com os governos da França (Betancourt também tem nacionalidade francesa) e da Venezuela a soltura dos prisioneiros.
Outra versão é de que Uribe não quer a paz e que tenta manter em alta sua popularidade em busca de mudanças constitucionais que lhe garantam um terceiro mandato presidencial - hoje legalmente vetado.
De qualquer forma, Uribe pode ter feito uma aposta alta demais. Tudo vai depender do quanto das ações do colombiano o governo Bush está disposto a bancar - e do quanto pretende desafiar Hugo Chávez.
A reação do Equador e da Venezuela, que deslocaram tropas para a fronteira com a Colômbia e praticamente romperam relações com o país, foi, nitidamente, além do esperado por Uribe.
Novamente, a bola do jogo na América do Sul está com Chávez. Ninguém sabe ainda a posição de Brasil e Argentina, mas parece ser evidente que os dois principais países da região não estão dispostos a escolher um lado.
Como se diz em política, "tucanaram".
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