Autoridades de São Paulo dizem que preparam uma série de ações para o trânsito da capital.
O tão propalado caos aéreo fez fumaça. O apagão energético, idem. Mas os atentos analistas da cena brasileira ignoraram a falência viária da capital, a agonia acelerada do transporte urbano no correr dos últimos anos, turbinada pela recuperação econômica do país e descaso absoluto dos governantes municipais com o setor.
A situação já é tão critica que qualquer medida no momento será apenas paliativa. A única anunciada fala sobre proibir estacionamento em vias mais movimentadas - e onde ficarão os veículos desalojados?
A última iniciativa de impacto no trânsito paulistano foi a criação do rodízio, em 1997. Os técnicos da área tiveram uma década inteira para pensar em outras soluções. O debate inexistiu. Até em época de eleição o tema é marginal. Parece que todos os envolvidos na tragédia se conformaram com a sua inevitabilidade.
Não deveria ser assim. Pois é dever do Estado livrar o trabalhador do sacrifício de perder pelo menos 4 horas do dia se locomovendo de sua casa para o emprego, nas piores condições de conforto e segurança possíveis.
Se esse dever elementar fosse cumprido, naturalmente estaria sendo dada uma alternativa às milhões de pessoas que hoje usam seus veículos tanto para trabalhar como para as tarefas mais triviais.
O caos viário paulistano de hoje e a falência do sistema num futuro muito próximo demonstram não somente a incapacidade administrativa, mas também a insignificância política das pessoas que governaram São Paulo nas últimas décadas. Foram atores de província atuando num palco monumental.
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