quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Futebol de safanões

Antigamente, mas não muito, futebol era um esporte no qual os jogadores se empenhavam, num esforço coletivo, para exibir ao público o que tinham de melhor: o atacante que sabia driblar, driblava; o defensor procurava roubar a bola do adversário sem fazer falta; o meia caprichava num lançamento longo ou tentava tabelar com o centroavante. E o jogo fluía. Às vezes acontecia uma jogada mais violenta, mas eram raras. De quando em quando, alguém realmente se excedia e apelava para a deslealdade - virava celebridade, no mau sentido.
Hoje, a se julgar por alguns jogos do campeonato paulista, o futebol parece outro esporte. Pela violência com que tantos cabeças-de-bagre se lançam sobre seus adversários, só dá para imaginar que obedecem ordens. A juizada se faz de indiferente aos agarrões, trombadas, chutes na cabeça, cotoveladas, golpes mal-dados de jiu-jitsu e outros tipos variados de safanões. Tem de tudo, menos futebol.
Aos pobres coitados que ousam dar um drible, uma ginga de corpo, uma matada de peito, só resta reclamar.
E aí, acabam punidos com cartão amarelo - ou vermelho.

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