O jeito Serra

Vale tudo na corrida em busca de recursos para que a administração José Serra desabroche no ano eleitoral. Até mesmo cortar a verba orçamentária de programas sociais, como o Escola da Família, que garante o funcionamento das escolas nos fins de semana, e a Rede do Saber - canal de videoconferência usado principalmente para capacitação de professores. Ambos terão redução de 48% ou R$ 206 milhões, se o projeto de Orçamento para 2008 for aprovado como propõe o Executivo. Outro alvo da tesoura tucana é o Renda Cidadã, o já mirrado Bolsa Família paulista.
Em compensação, para garantir mais mobilidade em seus deslocamentos de campanha, a verba para viagens subiu 35% - de R$ 183 milhões, em 2007, para R$ 248 milhões em 2008.
Três novas secretarias que Serra criou custarão aos cofres paulistas mais R$ 20 milhões no ano que vem. Dinheiro que saiu, obviamente, de outros lugares, como, por exemplo, os investimentos em universidades e aeroportos estaduais. A previsão para a USP é de R$ 22,6 milhões, 72% menos do que o orçado neste ano. O dinheiro reservado para ampliação e modernização dos aeroportos caiu para R$ 20,9 milhões (48%).
Se a proposta orçamentária explicita esses números, ainda está sem resposta a pergunta sobre quantas empresas estatais José Serra pretende privatizar. Já se sabe que as que ainda se encontram em mãos do Estado estão sendo auditadas para ver quanto valem. Serra desconversa e diz que isso não é com ele, bem no seu estilo.
Mas é claro que vem coisa por aí.