quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Por fora

A ONG Transparência Internacional melhorou a nota do Brasil no que se refere ao combate à corrupção. Parece uma incoerência, já que a imprensa e os oposicionistas não cansam de referir-se ao governo Lula como o mais corrupto da história. Mas esse fenômeno foi explicado por Cláudio Weber Abramo, secretário-executivo da ONG Transparência Brasil - criada sob a inspiração da Transparência Internacional e até outro dia ligada a ela -, em entrevista à revista Indústria Brasileira:
"As pessoas tendem a achar que a corrupção está aumentando quando há aumento do noticiário sobre o tema. Mas isso também reflete outros fatores, como o melhor funcionamento dos mecanismos de controle, como o Ministério Público e a polícia."
Para Abramo, esses mecanismos hoje funcionam melhor: "É notório que a Polícia Federal tem uma atuação mais intensa do que tinha no passado. Há um aumento do controle interno do governo federal por meio da Controladoria Geral da União, que pede à Polícia Federal que investigue determinados indícios de malfeitorias."
Porém, prossegue, "há falhas no processo judicial brasileiro, que levam a atrasos muitos grandes - depois da operação policial não acontece nada ou demora para acontecer".
Segundo Abramo, a corrupção não é exclusividade do setor público. Os empresários brasileiros já a incorporaram no dia a dia, conforme a ONG constatou numa pesquisa: perguntados se o pagamento de propina para vencer contratos é uma prática aceita, a maioria dos empresários respondeu que sim. E nenhuma empresa abriu processo interno por suspeita de pagamento de propina.
"Essa questão de combate à corrupção (por parte dos empresários) fica no abstrato, é só marketing", conclui.

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