quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Pobre jogo

A revista IstoÉ traz reportagem com um dos mais insólitos e patéticos argumentos para a volta dos bingos já expostos: a falta que eles fazem na vida dos idosos. Eis um trecho logo no início, que resume a argumentação:
"Pouco, ou quase nada, tem sido dito sobre a angústia que a falta dos bingos tem provocado nos idosos. A Federação Brasileira de Bingos (FebraBingo) estima que 60% dos (ex) freqüentadores dos bingos têm mais de 50 anos. “O jogo de azar é um vício, a gente sabe disso. Nos alimentaram bastante anos a fio e, agora, nos deixam a deus-dará. Coisa que não se faz nem com viciado em droga”, reclama a aposentada Maria Cléo Salem, 83 anos, de São Paulo. “Ficamos órfãos”, resume o gaúcho James Funari."
Seria cômico se não fosse trágico. Nenhuma palavra sobre o aspecto patológico do jogo, sobre os danos financeiros que pode provocar na família, sobre o fato de que os bingos eram, na verdade, cassinos disfarçados, e, além disso, fábricas de lavagem de dinheiro.
Sobre a IstoÉ sempre pesaram insinuações de que praticava o " jornalismo de resultados" .Vários rumores sobre venda de espaço editorial correram o mercado. Isso quando a revista e a empresa que a edita ainda tinham alguma saúde financeira. Agora, à beira do abismo, ver publicada uma reportagem desse nível só reforça essas suspeitas.

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