quinta-feira, 14 de junho de 2007

Engolindo çapos

Notícias dão conta que o presidente Lula e alguns de seus mais imediatos colaboradores têm, nos últimos dias, proferido as mais insensatas sentenças.
Um nobre senador chegou a pedir a renúncia da ministra do Turismo, Marta Suplicy, que cometeu o pecado de aconselhar o triste viajante retido nos aeroportos a ficar tranqüilo - na verdade, ela usou a expressão "relaxe e goze", há muito incorporada ao linguajar popular.
Já o presidente Lula foi comparado por um deputado do DEM (ocratas? ônios?) ao sinistro Garrastazu Médici, por ter dito que o brasileiro precisa parar de falar mal de seu país, de ver somente o que de ruim aqui acontece.
Os dois exemplos mostram os tempos terríveis que vivem os nossos pobres candidatos ao golpe, tendo de se apegar a fatos tão insignificantes para justificar a sua fúria contra o governo.
A ministra talvez tenha sido mesmo infeliz no que disse. Mas tratou de se desculpar logo em seguida, colocando no contexto adequado a sua declaração. Só os realmente mal-intencionados ou que a julgam uma completa imbecil - o que ela certamente não é - continuam insistindo em que houve alguma maldade no que falou.
Quanto ao presidente Lula, é fato mais do que sabido que seus improvisos são surpreendentes. Ninguém deveria prestar atenção a eles como fato jornalístico. Depois de mais de quatro anos de governo já estava na hora de os jornalistas e os tais analistas políticos terem aprendido que não se deve esperar que peças acadêmicas saiam de sua boca.
O presidente Lula fala como o mais comum dos brasileiros, comete os mesmos erros gramaticais que 99% da população, e daí? Continua sendo o presidente, eleito por esmagadora maioria, dono de uma biografia memorável e que passará à história ou não por um conjunto de fatores mais complexos que seu anedotário.
Julgá-lo e a seus auxiliares por coisas assim é o que fazem aqueles que, num debate, sem ter mais o que dizer, resolvem desqualificar o adversário atacando a forma da argumentação e não o conteúdo. Prática, aliás, muito comum entre os nossos "intelectuais".

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