Trechos de entrevista do economista José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica do governo FHC, à revista Indústria Brasileira, publicação do Sistema Indústria (CNI, Sesi, Senai, Iel), número de março:
"Há uma visão política por trás, de que o Estado é organizador do crescimento econômico, um modelo dos anos 1950 e 1960." (Sobre o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC)
"O Avança Brasil era um conjunto de projetos, muitos dos quais estão no PAC, que tinha na partida a concepção de somar investimentos públicos e privados (...) O PAC não passa nem perto disso, é uma justaposição de projetos que não estão costurados."
"Vai ficar uma pequena melhora na distribuição de renda. Nada transformador, especialmente do ponto de vista econômico."(Sobre o "legado"do governo Lula para "as próximas gerações")
"Percebia-se uma mudança profunda no mundo, que alguns dão o nome de globalização, e que para o Brasil, abria janelas de oportunidade, de retomar o crescimento perdido (...) Havia uma sobra de recursos no mundo, exatamente por conta da globalização, e a iniciativa privada poderia fazer muito do que o Estado fazia com maior eficiência, daí os programas de privatização e concessão,liberando recursos para programas sociais. (...) Hoje, só o que há é projeto de poder." (Sobre o projeto "estratégico" do governo Fernando Henrique Cardoso)
O comentário que explica a verve do economista vem do grande Didi - que jogava futebol como quem chupava laranja, na definição de filósofo Nenén Prancha: "Atacar por prazer, defender por obrigação."
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