Muito se fala sobre o poder dos empresários no futebol. A verdade é que eles aproveitaram as dificuldades econômicas dos clubes para montar uma estrutura bastante profissional - para os padrões brasileiros. Têm olheiros por todo o Brasil. Recebem dezenas de informações diárias sobre "craques" e futuros "craques". Conseguem atender as necessidades mais elementares de dezenas de contratados. E assim, ocupam o espaço que deveria ser dos clubes.
Um dos mais atuantes e agressivos empresários desta nova geração é Wagner Ribeiro. Foi ele quem fez Kaká trocar o São Paulo pelo Milan. O São Paulo fez um mau negócio e culpou Ribeiro por isso. Fechou-lhe as portas, até que ele apareceu com uma pechincha: um jovem ala-direito que estava prestes a ter o contrato com o Palmeiras vencido. Meses antes de isso acontecer, Ribeiro já tinha fechado com o São Paulo e mesmo o Palmeiras tendo oferecido mais que o rival pela renovação, Ilsinho trocou o Verde pelo Tricolor. Hoje, diz Ribeiro, Ilsinho já tem proposta do Milan. É só uma questão de tempo ele se transferir para lá - e assim, a dívida de Ribeiro para com o São Paulo estará quitada.
Pois bem, Ribeiro também empresaria um jovem talento do Coríntians, chamado Lulinha, que foi artilheiro da seleção brasileira no campeonato sul-americano sub 17. De olho no lucro que ele pode lhe proporcionar, Ribeiro já avisou a diretoria corintiana: se Lulinha não for titular do time, vai tirá-lo de lá, para seu próprio bem, é claro.
Como o técnico do Corintians chama-se Leão - o mesmo que não avalizou a subida de Ilsinho do time B para o A do Palmeiras - é bem provável que Lulinha mude logo de endereço. Leão, antes do desafio de Ribeiro, já havia dito que o atacante é muito jovem até para ficar no banco de reservas. O empresário, quando soube disso, deu risada e lembrou que Pelé foi campeão do mundo, em 1958, com ... 17 anos.
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