quinta-feira, 27 de março de 2014

Um mistério: como Alckmin sobrevive à sua mediocridade?

Alckmin: um governo marcado pelo nada absoluto
Foto: Marcelo Camargo/ABr
O governador paulista, Geraldo Alckmin, é um político raro: ao contrário da maioria, ele fez sua carreira aparecendo o menos possível na mídia, fugindo de qualquer tema polêmico, se escondendo de tudo e de todos. É um notável exemplo de alguém absolutamente medíocre que deu certo, que chegou lá. Um caso inexplicável de sucesso - a marca de seu governo é o nada, o vazio. Não elege prioridades, não ostenta bandeiras, não contribui com uma ideia para o desenvolvimento do país, não faz um discurso digno de nota - suas frases quase não têm verbo, são como slogans publicitários. 
É para ser estudado...
Mas a cada dia que passa a sua (indi)gestão, tão bem maquiada pelo silêncio estrondoso da imprensa, sofre pequenos abalos, mínimas fissuras, como os casos recentes do escândalo do metrô e o colapso do abastecimento de água.
Incrível como ele ainda sobrevive a tais calamidades.

Só a benevolência da mídia, a escandalosa blindagem que se construiu em torno de sua figura, o controle da Assembleia Legislativa e a lealdade e união de seu grupo político podem explicar como Alckmin não é hoje um cadáver político insepulto e tenha grandes chances de ser reeleito.
Sua última declaração pública, a respeito do estudo que mostra que a Polícia Militar paulista mata três vezes mais negros que brancos, é um primor de canalhice - nada que contrarie outras que foram dadas sobre o tema da segurança pública, principalmente: 
"A academia de Polícia Militar do Barro Branco é muito rigorosa. A formação dos nossos policiais é muito rigorosa. Há cursos voltados à questão de direitos humanos, respeito às pessoas. A polícia de São Paulo é extremamente preparada. Ela faz cumprir a lei, mas com respeito às pessoas", disse o governador, com a convicção dos piores atores canastrões que o cinema já produziu.
O governador do Estado mais rico e importante da federação afirmar uma coisa dessas, é, por si só, uma prova de que São Paulo está sendo governado por um lunático, por um sujeito que não vive a realidade, está em outro mundo.
Mas se fosse só isso...
Os sintomas dessa perturbação mental de Alckmin são visíveis ainda nas reiteradas vezes em que iludiu a opinião pública ao dizer que não haverá racionamento de água em São Paulo - quando ele já ocorre de fato nos bairros mais pobres -, em sua inação para pelo menos tentar reverter o quadro de colapso no abastecimento, e, agora, em sua mudez em relação a esse acinte à população que foi a propaganda radiofônica do Metrô que diz que trem superlotado é ótimo porque permite que os manos xavequem as minas.
E o pior de tudo é que não dá para afirmar que esse é o fundo do poço.
Com a eleição se aproximando, é bem provável que a ansiedade e o nervosismo provoquem manifestações ainda mais graves em Sua Excelência.

7 comentários:

  1. "benevolência da mídia, a escandalosa blindagem que se construiu em torno de sua figura, o controle da Assembleia Legislativa e a lealdade e união de seu grupo político"

    Motta, acrescente o discurso raivoso e enraizado anti-PT, conservador e reaça aqui em SP (principalmente no interior do Estado), e pronto: temos qualquer um de governador!...

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    1. Eu gostaria de não escrever isto mas o Alkmin é a cara do eleitorado dele

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  2. É porque voces ainda não conhecem o Beto Richa no Pr.

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  3. Alckmin foge de Pinheirinho como o Diabo foge da cruz. Essa semana não compareceu ao lançamento do Minha Casa Minha Vida em Pinheirinho.
    Gerson Carneiro

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  4. Ele se deu bem às custas do falecimento de Mário Covas, de quem era vice. Dali por diante foi fácil. A mídia já estava no bolso.

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  5. Eu não sei nem o que falar desses políticos. Eu não vou votar em nenhum deles

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