O dito cujo me veio à cabeça depois que li vários comentários sobre um artigo de fim de ano do indefectível FHC, no qual ele, segundo dizem, prega a vinda do novo fazendo a louvação de velhos, superados e criminosos dogmas de seu governo.
Não li o artigo do agora imortal FHC, mas me contaram.
E sou, mesmo a contragosto, obrigado a dar a ele os parabéns, como faria o nosso ex-jornalista, hoje difamador profissional.
FHC merece os elogios.
Afinal, foi, nesse seu artigo, extremamente coerente consigo e com o grupo político/social/empresarial que representa.
Pensar de outro modo que não esse de ressuscitar as trevas do neoliberalismo que marcaram as suas duas gestões seria não só uma traição ao ideário de sua vida política, mas um golpe fatal às pretensões dele e de seus amigos de defenestrar do Palácio do Planalto os governantes trabalhistas.
O novo, para essa gente, só pode ser o velho.
Para eles é impensável que o Brasil caminhe por suas próprias pernas, seja realmente independente e consiga tirar da miséria dezenas de milhões de pessoas em poucos anos, dando a elas condições de viver com dignidade.
Essas são coisas que, convenhamos, não cabe no figurino que FHC e sua trupe têm vestido ao longo dos anos.
O novo, portanto, para tais indivíduos , tem de ser o velho.

Para FHC e sua turma não resta alternativa a não ser louvar esse cadáver, como os franquistas que, num arroubo de sinceridade, gritavam, em meio aos horrores da guerra civil, a frase que ficou indelével nos homens que acreditam no poder civilizatório, como um exemplo de tudo o que é abominável: "Abaixo a inteligência. Viva a morte!"
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