quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Empresários sonegam 10% do PIB

Antonio Cruz/ABr

Baixar impostos e simplificar o cipoal de tributos existentes no Brasil são desejos da maioria da população. 
A reforma tributária, tantas vezes tentada, não avança, porém, porque prefeitos e governadores, amparados pelos parlamentares de seus Estados, não querem perder um centavo do que arrecadam.
E se nenhum deles ceder nessa questão, tudo vai continuar como está para todo o sempre.
Mas a reforma tributária é apenas uma das faces da questão, a mais visível graças ao poderoso lobby dos empresários que querem pagar menos tributos para aumentar os seus lucros.
O que poucos falam é sobre o quanto esses empresários sonegam, uma quantia fabulosa que deixa de chegar aos cofres públicos - segundo o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), só neste ano foram sonegados R$ 300 bilhões em tributos.

A quantia supera a riqueza produzida pela maioria dos Estados. Até o fim do ano, o valor deverá atingir R$ 415 bilhões, o equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), soma dos bens e serviços produzidos no país.
O Sinprofaz desenvolveu um placar online da sonegação fiscal no Brasil. Chamada de Sonegômetro, a ferramenta permite acompanhar em tempo real o quanto o país deixa de arrecadar todos os dias. Os números são atualizados constantemente no endereço eletrônico www.sonegometro.com. 
De acordo com o estudo, se não houvesse sonegação de impostos, o peso da carga tributária poderia ser reduzido em até 20% e, ainda assim, o nível de arrecadação seria mantido. A ação faz parte da campanha "Quanto Custa o Brasil pra Você?", criada pela entidade em 2009.
A contagem começou em 1º de janeiro. O valor sonegado até o momento é superior à arrecadação do Imposto de Renda em 2011 (R$ 278,3 bilhões). Na comparação com o PIB dos Estados, a sonegação estaria em quarto lugar entre as 27 unidades da Federação.
Os R$ 300 bilhões que o governo deixou de receber até agora só estão atrás do PIB de São Paulo (R$ 1,248 trilhão), do Rio de Janeiro (R$ 407 bilhões) e de Minas Gerais (R$ 351 bilhões). A quantia sonegada equivale a mais do que a riqueza produzida pelo Rio Grande do Sul (R$ 252,5 bilhões), pelo Paraná (R$ 217 bilhões) e pelo Distrito Federal (R$ 150 bilhões).
Para chegar ao índice de sonegação, o levantamento do Sinprofaz selecionou 13 tributos que correspondem a 87,4% da arrecadação tributária no Brasil. Os principais tributos analisados foram os impostos de Renda (IR), sobre Produtos Industrializados (IPI) e sobre Operações Financeiras (IOF), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e os impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e sobre Serviços (ISS).
O Sinprofaz também incluiu no estudo as contribuições dos empregadores para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e os pagamentos de patrões e empregados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). (Com informações da Agência Brasil)




Nenhum comentário:

Postar um comentário