terça-feira, 13 de agosto de 2013

Os exemplos que as autoridades não dão

Michael Bloomberg indo trabalhar
e dando exemplo de como
 uma autoridade deve proceder
Jens Stoltenberg, primeiro-ministro
norueguês: como motorista de táxi
é mais fácil saber o que a população quer
Dias atrás, o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, passou um dia ao volante de um táxi em Oslo para, incógnito, saber o que os cidadãos de seu país querem. Stoltenberg, líder do Partido Trabalhista norueguês desde 2009, disse que pretendia escutar ele próprio a opinião dos cidadãos comuns. “Se há um lugar onde as pessoas falam sobre o que pensam, é o táxi",explicou.
Atitudes como a sua são raras no mundo da política e o Brasil não é exceção, embora o exemplo de como deve se portar o homem público esteja bem próximo de nós, no vizinho Uruguai, onde o presidente José Pepe Mujica doa quase todo o seu salário para os pobres, vive numa pequena chácara perto de Montevidéu e usa como transporte o seu Fusquinha.
Na verdade, as autoridades é quem deveriam dar os exemplos de civilidade, ética e educação que tanto são cobradas dos cidadãos comuns.
Em São Paulo, nestes dias, há um intenso debate sobre o transporte público. A decisão da prefeitura de abrir mais faixas exclusivas de ônibus em grandes avenidas deu mais velocidade aos veículos, mas diminuiu a dos carros.
Metrô e trens metropolitanos continuam apresentando problemas quase diários.
Em meio a tudo isso, governador, prefeito, secretários, deputados e vereadores utilizam carros oficiais, com motorista e combustível pagos pela população, e não têm a menor ideia do inferno que é o transporte público que oferecem às pessoas.
Muitos, provavelmente, nunca andaram de metrô, trem ou ônibus.
Michael Bloomberg está no seu terceiro mandato como prefeito de Nova York. E, apesar de bilionário, vai para o trabalho de metrô todos os dias. Fotos suas no trem se acham às dúzias na Internet.
O ex-prefeito de Londres Ken Livingstone utilizava com frequência a linha de metrô Jubilee para ir à prefeitura. O atual prefeito da cidade, Boris Johnson, vai trabalhar pedalando a sua bicicleta e teve a iniciativa de mandar construir mais ciclovias e de adotar um sistema de aluguel de bicicletas.
No Brasil, se algum político ou autoridade rejeitasse as mordomias do cargo, certamente seria visto como um alienígena, um ser estranho a este mundo, o que, convenhamos, não faria nada bem à sua carreira.
Talvez seja por isso que eles preferem que as coisas fiquem como estão, nem pensem nesse negócio incômodo que é se misturar com o povo e tomem conhecimento do que se passa no mundo real apenas pelas informações de  "aspones".
Desse jeito, todos ganham - todos menos nós, simples cidadãos comuns.

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