quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Os tucanos, tão bonzinhos, apenas vítimas...


Depois que o governador Geraldo Alckmin informou que vai processar a Siemens, ficou mais que evidente qual será a estratégia dos tucanos para tentar sobreviver ao escândalo do metrô paulistano: posar de vítimas, esconder a palavra "corrupção", se mostrar publicamente indignados com a revelação do crime.
Para que os planos funcionem, porém, eles têm de contar a cumplicidade dos meios de comunicações, dos jornalões, para amplificar essa lorota.

A coisa funciona assim: nenhum prócer tucano vai se referir à roubalheira no metrô como um caso de corrupção pura e simples, como foi - a formação de cartel, também um crime, é outra parte do processo -, e a nossa valorosa imprensa vai reproduzir, ipsis literis, o que o sujeito falar, sem nenhuma contestação, simplesmente como se estivesse redigindo um press release.
Assim, ninguém poderá dizer que a imprensa não está cobrindo o caso, cumprindo o seu papel, mantendo a sua imparcialidade...
Poucas vezes a palavra "corrupção" será lida nas manchetes ou títulos das notícias.
A informação mais nefasta possível aos tucanos que possa surgir nas investigações será sempre atenuada com um mar de ressalvas, de desculpas, e com um generoso espaço para a defesa dos incriminados - algo sempre negado quando não se trata deles.
É como diz aquele velho ditado: "Aos amigos, tudo, aos inimigos, o rigor da lei."
De toda a forma, será interessante comparar a cobertura que os jornalões farão do escândalo do metrô com a do trabalho do Supremo Tribunal Federal no caso dos recursos da AP 470.
Nesta altura do campeonato, o que pode ajudar a pôr um pouco de ordem no caos é a interferência da internet nesse jogo.
Nos últimos tempos, são os tais "blogueiros sujos" quem têm conseguido equilibrar a guerra de informação.
Se não fossem eles, provavelmente, os tucanos ainda seriam vistos como imaculados defensores da lei e da ordem, seres angelicais que vieram à Terra com a missão de extirpar dela os homens maus que querem mudar a ordem perfeita das coisas.

Um comentário:

  1. A resistência da mídia tradicional em expor e apontar definitivamente o dedo, como fazem com os petistas e seus aliados, nesse e em outros casos envolvendo tucanos, é sintomática. Ela mostra que há uma associação política entre os meios de comunicação de massa e os partidos que estão ligados também ao grande capital, pois o defendem em todas as instâncias possíveis. Os anunciantes são grandes capitalistas. O Faustão é um homem riquíssimo, mas fala mal dos salários dos parlamentares, que representam uma fração ínfima do que ele ganha mensalmente. Vários outros 'comunicadores' como Jô Soares e os próprios âncoras dos grandes jornais, que são pagos regiamente, fazem esse discurso da ética do despojamento, mas sem praticá-la.

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