terça-feira, 6 de agosto de 2013
O metrô de SP. Ou o inferno na Terra
O metrô paulistano atormentou, ontem (5), mais uma vez a população. Uma composição descarilou na linha 3-Vermelha. No dia todo os trens dessa e de outras linhas se moveram mais devagar.
O resultado do acidente, ocorrido pela manhã, constatei às 18 horas, quando voltava de Santana e desci na estação Luz, para fazer a baldeação para a linha 4-Amarela, com destino ao Butantã.
Se o inferno existe, ele havia se mudado para lá ontem.
A multidão que desceu da composição foi caminhando para pegar ou o trem da CPTM ou o da linha Amarela.
E foi indo, cada vez mais devagar e se espremendo, à medida que as catracas, abertas, iam se aproximando.
Pensei que, passado por elas, o aperto diminuiria.
Mas mal pus um pé do outro lado, levei um susto: à minha frente deveriam estar umas 3, 4, 5 mil pessoas, a se perder de vista, ocupando praticamente toda a plataforma de embarque.
Dei meia volta, por puro reflexo, e procurei uma saída - tive de passar, me contorcendo todo, pela cerca que divide o espaço da estação entre os que entram, que é onde estava, e os que saem.
Já na rua, consegui, a muito custo pegar um táxi, que me levou em casa depois de mais de uma hora de tentativas de desviar do congestionamento geral que era a metrópole naquela hora.
Em casa, mais calmo, imaginei o que significa para as pessoas passar por esse calvário todos os dias.
O sofrimento deve ser tão grande que já se incorporou no dia a dia da população.
Quem é obrigado a se submeter a tal ignomínia acaba se acostumando a ela - os passageiros de ônibus a esperar um tempão para subir em veículos sujos, abafados, quentes, desconfortáveis; os de metrô e trens a ser empurrados e espremidos nas estações e nos vagões; os motoristas de carros a lutar como selvagens por alguns metros de espaço livre.
Penso no castigo justo para os canalhas que roubaram o dinheiro público destinado às obras do metrô.
Cadeia é pouco para eles.
Melhor seria que fossem condenados a usar, todos os dias, pelo resto da vida, esse meio de transporte que se encontra hoje em pedaços, completamente sucateado, por culpa de administrações, diretas e indiretas, mais que incompetentes - criminosas.
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