sábado, 3 de agosto de 2013

Não há Passaralho que salve a incompetência


Algum tempo depois dos "co-irmãos", a Editora Abril recorreu ao infatigável Passaralho para dar um jeito na incompetência de quem a dirige.
Desta vez, segundo comunicado da própria empresa, 150 cabeças foram cortadas, algumas revistas "descontinuadas", para usar a linguagem paupérrima e abominável desses "empreendedores".
Com as medidas que tomou, a Abril revela que a crise no setor editorial é uma das mais profundas já vistas no Brasil.
E, pior, não há nada que indique que termine tão cedo.

As causas, porém, não devem ser creditadas a fatores externos ao dia a dia das empresas, como, por exemplo, um desaquecimento econômico, esse mesmo tão alardeado pelas suas próprias publicações.
Isso porque esse país que a Abril, Estadão, Folha, Globo e que tais fazem questão de mostrar aos seus leitores simplesmente não existe, é uma ficção criada por eles na tentativa de, como partidos políticos informais que são, vencer a disputa pelo poder político, defenestrar os trabalhistas do Palácio do Planalto, derrotar, enfim, o projeto que pretende resgatar o Brasil de séculos de injustiças e desigualdades sociais e econômicas.
A razão principal para o desajuste nas contas desse império da informação, controlado por meia dúzia de famílias, é que, simplesmente, eles são péssimos administradores de seus negócios.
Talvez porque seus olhos estivessem embotados pelo ódio aos inimigos na guerra que declararam às forças progressistas desde que o Brasil se livrou da ditadura militar, eles foram incapazes de acompanhar as transformações tecnológicas verificadas no mundo, não conseguiram perceber que a internet se constituía na revolução mais importante da civilização dos últimos tempos.
Apegados ao conservadorismo exacerbado, se deixaram atropelar pela história - e hoje estão a um passo, um mísero passo, de virarem, eles próprios, história.
Não conheço um só jovem que assine um jornal ou uma revista.
Em compensação, todos usam, com toda a naturalidade, smartphones, tablets, notebooks, todos participam de redes sociais, se comunicam das mais variadas formas instantaneamente, sabem muito mais do que se passa no planeta, pelo menos sobre o que interessa a eles, do que a maioria dos jornalistas que se julgam formadores da opinião pública.
Esse fato, por si só, é mais expressivo que dezenas de teorias que se formulam sobre o tema.
E leva a uma conclusão óbvia: os impérios da comunicação, como todos os impérios que já existiram, vão desaparecer.
Pode ser daqui a poucos anos ou demorar mais.
O destino, porém, é irremediável.
E, para a desgraça desses executivos geniais, desses luminares da administração, não há Passaralho, por mais faminto que esteja, que possa dar jeito.

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