segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Ariano Suassuna está aí, mas os jornalões preferem Lady Gaga

Ariano Suassuna, vivo, ativo e em defesa
 radical da cultura brasileira: os jornalões, porém, preferem Lady Gaga
Ainda é pouco, muito pouco, mas pelo menos a vida e obra de um dos mais importantes artistas e intelectuais brasileiros, felizmente ainda vivo e ativo, pode ganhar algumas linhas nos cadernos "culturais" dos jornalões, esses que cultuam todo o lixo que a indústria de entretenimento americana nos impõe gole abaixo. 
Depois de passar por Brasília e Fortaleza, desde sábado (3) o projeto Ariano Suassuna - Arte como Missão está no Rio de Janeiro, onde será exibido até o dia 18 - quem sabe "O Globo" se lembre de destacar um estagiário para saber quem é esse tal de Suassuna...

O projeto, que será levado também a mais quatro capitais – Recife, Salvador, Curitiba e São Paulo – tem como foco ressaltar a contribuição à cultura brasileira do romancista, dramaturgo, ensaísta e poeta paraibano, de 86 anos de idade e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) - afinal, alguém precisa dar um peso intelectual genuinamente brasileiro à casa de Machado de Assis, infectada pelos pensamentos profundos e colonizados de mervais, sarneys, coelhos e fhcs . 
Suassuna é autor de peças teatrais como "O Auto da Compadecida" – encenada várias vezes no teatro e adaptada para a TV e o cinema por Guel Arraes –, do romance "A Pedra do Reino" (também levado à televisão, por Luiz Fernando Carvalho), e de várias outras obras importantíssimas.
Radical defensor da cultura e da arte genuinamente brasileira, Suassuna, junto com alguns poucos outros abnegados, tem realizado um extraordinário trabalho para impedir que o Brasil se transforme num mero mercado consumidor dos dejetos produzidos pelos países "desenvolvidos", especialmente os Estados Unidos.
Tendo sempre como protagonista a cultura popular brasileira, em especial a nordestina, Ariano Suassuna construiu uma obra de alcance universal, já traduzida para sete idiomas. 
“Ele é o principal escritor em atividade no país, pela contribuição do conjunto de sua obra à literatura e à cultura brasileiras”, destaca o produtor cultural Elias Sabbag, um dos idealizadores do projeto, juntamente com Marcos Azevedo. 
Na abertura do projeto no Rio, sábado, Suassuna deu uma das suas famosíssimas aulas-espetáculo, no Theatro Municipal.
O projeto consta de um ciclo de filmes e uma exposição inédita de fotos de Alexandre Nóbrega. Esses dois eventos, com entrada franca, ocorrem na Caixa Cultural, no centro do Rio. 
A mostra de cinema reúne oito títulos nas categorias ficção e documentário. A lista vai desde "O Auto da Compadecida", dirigido por Guel Arraes, e o documentário "O Sertãomundo de Suassuna", de Douglas Machado, até produções adaptadas originalmente para a televisão, como "A Pedra do Reino", "A Farsa da Boa Preguiça" e "O Santo e a Porca". 
A exposição fotográfica é fruto da convivência do artista plástico e fotógrafo Alexandre Nóbrega com o escritor, em viagens pelo Brasil. São imagens que revelam momentos descontraídos, como Suassuna lendo um livro, deitado no saguão de um aeroporto à espera de um voo atrasado, descansando em sua casa no Recife ou em andanças pelo interior nordestino. (Com informações da Agência Brasil)

2 comentários:

  1. Carlos Motta,
    Fui professor do ensino médio e, como tal, posso tesstemunhar que poucas coisas repugnam mais a um mestre do que a desonestidade intelectual de seu aluno, assumindo como sua obra de terceiro, do que é exemplo a prosaica "cola".
    Mesmo depois de aposentado, escrevendo crônicas e contos em jornais de bairro por puro hobby, nada repugna mais a um escritor do que ver plagiada sua estória em livro de outrem, sem referência ou simples autorização.
    Vislumbro no seu artigo uma admiração, não de todo indevida, pelo Ariano Suassuna, que em que pese conjunto da obra, me causa um pouco de repugnância, e vou te dizer o porquê: na sua "O Auto da Compadecida", uma das principais tramas do enredo é uma dívida de um dos personagens com seu futuro sogro, que caso não fosse satisfeita dar-lhe-ia o direito a arrancar-lhe um naco de carne. Insolvente o moço, foi salvo de ser vítima do pagamento alternativo pela astúcia de sua mulher, que alegou que o contrato não estipulava que poderia TAMBÉM retirar sangue. Pois bem, se você ler a obra "O Mercador de Verneza" (também disponível em filme no youtube!), vai constatar que todos os argumentos de Suassuna estavam ali, sem tirar nem por, ou seja, a dívida tendo por garantia um naco da carne das costas do devedor, a inadimplência, a desalmada cobrança do credor, os debates sobre a justeza do pactuado e, finalmente, a tergiversação no pagamento alternativo sob o argumento que concordavam em pagar o naco de carne, contanto que não saíse sequer uma gota de sangue.
    Quando pela primeira vez vi "O Auto da Compadecida", em produção televisiva pela REDE GLOBO, imediatamente reconheci o argumento e fiquei indignado, como um intelectual brasileiro se presta a tal plágio, sem mencionar que se tratava de argumento adaptado de Shakespeare. Por isto, jamais consegui olhar Suassuna da mesma forma, me recusei a debruçar sobre suas outras obras, temendo ser surpreendido com outra contrafacção.

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    1. Ariano Suassuna, vivo e ativo e em defesa da cultura brasileira.
      A respeito do comentário de Roberto Costa.
      - Qualquer pessoa que se dê ao trabalho de ler sobre David (na Biblia), vai constatar que vários dos argumentos de Mario Puzo no livro O Poderoso Chefão foram tirados dali, sem tirar nem por, ou seja, David já velho, determina ao seu filho Salomão quais os desafetos (que após sua morte) deverão ser executados, e por ai vai.
      - O fato de um Escritor escrever um livro, e no seu conjunto utilizar algum argumento que já tenha sido usado por outro, não significa plágio, a palavra ARGUMENTO, por si só já se define.
      Ariano Suassuna, sem dúvida é um grande escritor, e valoriza a nossa Cultura.
      - Vamos a um exemplo: - No Livro, O Alquimista, de Paulo Coelho, o “argumento”, é semelhante ao usado anos atrás por um escritor Iraniano, isso não diminui em nada os méritos do nosso querido Paulo Coelho, e não pode, nem deve ser considerado plagio.
      J.Lopez

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