Evo Morales: para os europeus, um muambeiro (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr) |
Quando um presidente de uma nação, não importa o seu tamanho, a sua população ou o seu PIB, é tratado como um meliante comum por outras nações supostamente amigas, isso deve ter algum significado.
O mais provável é que essas nações não sejam verdadeiramente amigas daquela que foi destratada.
Nos últimos anos esse filme foi visto várias vezes.
O Iraque era amigo dos Estados Unidos - e foi destruído por ele.
A Líbia era íntima dos europeus e americanos - e foi desintegrada por eles.
O caso da Bolívia, insultada na noite de terça (2) pelos europeus como poucas vezes ocorreu com um Estado soberano, que agiram como seu presidente, Evo Morales, fosse um reles contrabandista, é diferente.
O Império e seus satélites não devem submeter o pobre país sul-americano a uma intervenção militar, é óbvio.
Mas o que fizeram é um claro recado a todos os povos que julgam estar a salvo da influência da superpotência:
"Nós estamos de olho em vocês; nós somos mais fortes que vocês; nós podemos tudo contra vocês."
O fim da União Soviética proporcionou este mundo unipolar.
A sucessora Rússia, apesar de seu poderio militar, ainda é um país emergente.
A China, embora seja pujante economicamente, é fraca militarmente.
Do grupo dos chamados Brics, países que almejam se tornar gigantes, sobram Índia e Brasil.
A Índia tem milhões de problemas internos e externos a resolver, a começar pela alimentação de uma população imensa.
O Brasil...
Bem, o Brasil sonha em se tornar, pelo menos, um líder regional.
Caminhou bastante para isso, nos últimos anos.
Mas se, desta vez, quando um vizinho seu, um povo amigo e simpático, um país sofrido e esperançoso, uma nação soberana e orgulhosa, um Estado de plano direito democrático, é esculhambado de tal forma pela arrogância e brutalidade de outros países mais poderosos, o Brasil se calar, ele estará mostrando que não tem mesmo a vocação da liderança.
Até outro dia diziam nas ruas que o "gigante acordou".
Se for assim, que levante logo e mostre se é forte mesmo, se está à altura da dignidade dessa pequena Bolívia.
O Brasil é parte da UNASUL, que já se manifestou. É um dos principais países desse bloco. Se Dilma, Patriota ou Garcia ligaram pra Evo ou não, isso ninguém sabe. O que deve haver em breve é uma declaração do Mercosul, já que a Bolívia é um país associado ao bloco. Seria bom, claro, que Dilma ou Patriota dessem uma declaração pública de repúdio: pode acontecer com qualquer país que não faça parte do centro do sistema hegemônico, no futuro. Itália, França, Espanha e Portugal mostram bem qual é a sua lealdade, quando se trata de política mundial.
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