sábado, 8 de junho de 2013

Obama, o "Big Brother"


A pátria da liberdade, a terra da democracia, a nação que impõe ao mundo, de várias maneiras, seu modo de vida, vê-se agora, usa os mesmos expedientes das mais odiosas ditaduras para espionar e controlar seus cidadãos. O pesadelo imaginado por George Orwell na sua obra mais famosa, "1984", na qual o Big Brother (Grande Irmão) estava presente no cotidiano de todos, xeretando e bisbilhotando todas as ações das pessoas - quem diria - se tornou realidade justamente por um político que chegou à presidência prometendo não repetir o "modus operandi" de seus antecessores.

Barack Obama, o primeiro negro a chefiar o Executivo da nação mais poderosa do mundo, a cada dia se revela igual a tantos outros que ocuparam o mesmo cargo, se dobrando aos bilionários interesses corporativos, e agora, suprema vergonha para o paraíso da livre iniciativa, mostrando que o Estado tudo pode, que os direitos dos cidadãos são letra morta nestes tempos cibernéticos.
Para justificar seus atos, Obama, disse hoje (7) que os programas de vigilância de comunicações postos em prática pelos serviços de segurança do país foram autorizados pelo Congresso. Segundo ele, “ninguém ouve” as chamadas telefônicas dos cidadãos americanos - como se isso o absolvesse da violência perpretada contra eles.
Na sua linguagem dissimulada, disse que é indispensável alcançar um “compromisso” entre segurança e vida privada, em um momento em que, afirma, os Estados Unidos permanecem sob ameaça de ataques terroristas.
O jornal britânico "The Guardian" publicou, terça-feira (4), uma ordem judicial da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos para que a operadora Verizon entregue diariamente a totalidade dos dados telefônicos dos seus 121 milhões de clientes de telefonia fixa e móvel.
A determinação, datada de 25 de abril e em vigor entre abril e julho, concede ao governo dos Estados Unidos poderes ilimitados para obter dados como números de telefone e localização e duração de chamadas. “Os programas que têm sido citados nos últimos dois dias na imprensa são secretos no sentido em que são classificados, mas não são secretos no sentido em que, no caso dos dados telefônicos, todos os membros do Congresso estão cientes do assunto”, disse um acuado Obama, em San Jose,  Califórnia. “As comissões do Congresso estão plenamente informadas sobre os programas (…) que foram autorizados por largas maiorias, dos dois partidos [Democrata e Republicano], desde 2006”, acrescentou.
Na tentativa de tranquilizar os cidadãos americanos sobre a proteção das suas comunicações e dados privados, Obama garantiu: “Ninguém ouve suas chamadas telefônicas. Esse não é o propósito do programa.”
Segundo ele, os serviços de segurança “examinam números de telefone e a duração das chamadas. Não olham para o nome das pessoas. Não examinam o conteúdo. Mas, analisando esses dados, é possível identificar pistas sobre pessoas que podem recorrer ao terrorismo”, explicou.
Obama recordou o discurso que proferiu há cerca de duas semanas sobre a estratégia antiterrorista dos Estados Unidos. “Afirmei, então, que um dos aspectos que devíamos discutir e debater era a procura de um equilíbrio entre a necessidade de garantir que os americanos estão seguros e as nossas preocupações sobre a proteção da vida privada”, disse. “Existem compromissos que são necessários.”
Sua conversa não convenceu nem os congressistas de seu próprio partido: "Estou muito preocupado se a administração Obama não é apenas uma continuação de George W. Bush e os seus abusos em relação ao Patriot Act. Eu gostaria de ver coisas melhores da atual administração", disse o democrata Peter Defazio.
O pior é que não são só as ligações telefônicas que estão sendo monitoradas. Algumas das empresas mais conhecidas e importantes da internet foram obrigadas a ceder dados de clientes para o governo americano. Entre as companhias que tiveram seus sistemas acessados pela NSA (sigla em inglês de Agência de Segurança Nacional) estão Google, Facebook, Microsoft, Yahoo, Skype e YouTube. De acordo com documento divulgado pelo "The Guardian",  os grampos eram realizados “diretamente dos servidores” das maiores empresas dos EUA e incluíam e-mails, arquivos anexados, vídeos e conversas online.
A obtenção compulsória dos dados foi iniciada na Microsoft, em 2007, ainda sob o governo de George W. Bush. Sob a gestão de Barack Obama, no entanto, a prática foi intensificada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário