quarta-feira, 4 de abril de 2012

Resíduos sólidos


A coleção de bobagens que se diz por aí é algo assustador. Se o inesquecível Stanislaw Ponte Preta ainda estivesse entre nós, certamente teria material para publicar quantas edições do "Festival de Besteiras que Assola o País", o imorredouro Febeapá, quisesse.
Naquele tempo em que Stanislaw fazia diligentemente o seu trabalho de recolher as asnices que se espalhavam pelos mais de 8 milhões de quilômetros quadrados do Brasil não havia internet, e assim não era fácil coletar as pérolas. Hoje, basta abrir o computador que qualquer homepage de qualquer um dos "grandes" portais existentes é capaz de mostrar que a imbecilidade humana não tem limites.
Para quem duvida, aí vai um bom exemplo. O trecho foi recolhido de uma notícia na Agência Brasil, sobre a volta da proibição da distribuição das sacolinhas pelos supermercados, a partir de hoje:
O promotor de Justiça, José Eduardo Ismael Lutti, destacou a importância do fim da distribuição das sacolas plásticas como forma de reduzir a produção de lixo e preservar os recursos naturais. “Não queremos mais a produção desnecessária de resíduos sólidos. A sacolinha plástica é um exemplo típico disso. É o símbolo do desperdício de recursos naturais”. 
Segundo Lutti, os supermercados que continuarem a distribuir a embalagem poderão ser acionados judicialmente, com base na Lei de Resíduos Sólidos, para que também recolham as sacolas. “A rede de supermercado pode cativar o seu cliente, porém, ela vai ter que arranjar uma forma de ir até a casa do consumidor e recolher a sacolinha de volta”.
Não é sensacional?
O promotor ameaça os supermercados que derem sacolinhas para os fregueses com o rigor de uma lei complicada, que ainda está sendo implantada, e que é desconhecida pela maioria absoluta da população. E não explica por que apenas as sacolinhas terão de ser devolvidas se 99% dos produtos vendidos nos supermercados, depois de consumidos, se reduzem a resíduos sólidos e, portanto, também são objeto da tal lei? Por que será que ele esqueceu desse pequeno detalhe?
Seria cômico se não fosse trágico - afinal, quem comete esse despropósito verbal não é um zé mané qualquer que a reportagem da Agência Brasil encontrou na rua, mas um promotor de Justiça.
Depois dessa, me recolho à minha insignificância.
Sem títulos de doutor, sem nenhum conhecimento jurídico e quase nenhuma consciência ecológica - claro que na comparação com os idealizadores dessa extraordinária campanha de banimento das sacolinhas plásticas de nossas vidas -, me resta apenas o protesto mudo e inócuo de boicotar qualquer estabelecimento comercial que não me trate como consumidor e sim como um idiota.
Eles não me dão a sacolinha e eu não dou a eles minha grana.
Simples assim.

3 comentários:

  1. Estou muito puto com mais essa tucanagem!

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  2. Em verdade vsos diogo: tem 'alguéns' ganhando muito com a venda de sacolas biodegradáveis e retornáves nos supermercados e 'quetais'.

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  3. "Eles não me dão a sacolinha e eu não dou a eles minha grana."
    è justamente o que faço desde 25 de janeiro.

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