terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A internet fica adulta


Um dos maiores problemas para o crescimento da internet como mídia sempre foi o baixo faturamento publicitário. Com o tempo, isso parece resolvido. As empresas descobriram que a rede deixou de ser apenas um veículo alternativo e se consolidou como um produto de grande, fiel e crescente audiência.
Já é possível dizer que, em poucos anos, a internet estará acessível à maioria da população mundial, coroando uma revolução iniciada outro dia desses.
E tudo indica que vão conviver, lado a lado, espaços corporativos e pessoais, democratizando como nunca antes a informação. As empresas de comunicação finalmente perceberam a importância da internet e muitas já veem nela seu principal produto.
De outro lado, cidadãos comuns, artistas, profissionais dos mais diversos setores, intelectuais, enriquecem a web com suas opiniões, comentam as notícias mais importantes, difundem as suas obras, passam aos internautas lições de vida, noticiam o que a imprensa corporativa não acha importante e dão o contraponto a informações parciais ou distorcidas. E o fenômeno das redes sociais amplia esse laço global de ideias e riqueza cultural.
No site da BBC Brasil, uma reportagem sobre o avanço da publicidade na internet mostra a rapidez com que as mudanças estão se dando.
A seguir, a íntegra da matéria, que dá destaque ao desempenho do Brasil:

A publicidade na internet brasileira deve superar os gastos com anúncios em jornais e revistas até 2015, seguindo fenômeno já observado nas economias mais desenvolvidas, segundo a Wark International Ad Forecast, serviço que analisa o segmento.
Pesquisa divulgada pela empresa nesta semana mostra que os mercados emergentes vão garantir o crescimento da publicidade em 2012. Entre os 13 países pesquisados pela Wark, o Brasil deverá apresentar o quarto maior avanço, 8,5%, atrás de Rússia (16,5%), Índia (14%) e China (11,5%).
No ano passado, o setor de publicidade brasileiro ocupou a mesma posição, com avanço de 7,1%, em um período marcado por decréscimos em algumas das principais economias. 
De acordo com o estudo, a internet puxa o crescimento dos anúncios globalmente, com variação positiva nos países pesquisados de 12,6%, seguida por TV (5,3%), Outdoors (5,1%), Cinema (3,8%) e Rádio (2,9%). Já revistas e jornais deverão apresentar queda em 2012, de 1,2% e 2%, respectivamente, prevê a Wark. No caso do Brasil, o aumento da publicidade online deverá ser de 23,8%, informa a pesquisa. Já jornais e revistas devem avançar 3,6% e 6%, respectivamente.
"É importante lembrar que, embora tenha apenas 6% dos gastos em publicidade no Brasil, a internet cresce muito rápido, de 20% a 50% todo ano desde que iniciamos a pesquisa. Todas as outras mídias estão perdendo participação para o online, principalmente impressos e rádio, embora a TV ainda seja dominante. Imagino que a internet passará os jornais e será a segunda maior mídia em publicidade até 2015", avalia Suzy Young, editora de Informação da Wark. S
Embora os gastos com publicidade online nos países pesquisados devam crescer menos em 2012 do que em 2011, quando o aumento foi de 16,6%, o segmento deverá responder por 20% do total investido em anúncios até o fim do ano, informa a Wark. 
Entre as chamadas economias desenvolvidas, Alemanha (-0,8%), França (-0,9%) e Itália (-2,3%) apresentarão em 2012 o pior desempenho de sua história na comparação com o ano anterior. "Com os receios sobre dívida afetando mercados mais maduros e o otimismo de investidores e consumidores, não é surpresa que o crescimento do setor em 2012 venha dos países emergentes", avalia Young. 
Ela lembra que as eleições nos Estados Unidos e eventos esportivos como os Jogos Olímpicos evitaram cenário ainda pior. Young observa ainda que, embora afetado pela recessão na Europa, o Brasil manteve o crescimento da publicidade, o que ocorre há dez anos. Os gastos no setor no país terão passado de R$ 11 bilhões, em 2003, para R$ 30,1 bi, em 2012, já descontado o impacto da inflação nestes números. "O investimento estrangeiro na indústria brasileira de comunicação tem impulsionado o crescimento de gastos em publicidade. E vai continuar", prevê.
A participação do Brasil no total aplicado nos 13 países examinados também vem aumentando: de 3,1%, em 2003, para estimados 4,5%, em 2012. Os Estados Unidos, cuja fatia passou de 50,4% para 41,6% nos últimos dez anos, vem perdendo espaço para emergentes. Já a participação da China terá passado de 6,5%, em 2003, para 12,2% em 2012, segundo as séries históricas da Wark.

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