Ser presidente dos Estados Unidos pode ter lá suas vantagens, mas deve também estar entre os ofícios mais perigosos que existem. De acordo com órgãos de inteligência americana, Barack Obama já foi ameaçado de morte 500 vezes desde o começo da campanha presidencial. Em média, a cada 11 anos, alguém tenta matar o presidente dos EUA. Já foram 20 atentados a 15 ocupantes da Casa Branca. Quatro morreram, o último dos quais foi John Kennedy, em 1963.
Contra Obama pesa o fato de ele ser negro. Como se sabe, os EUA não são, propriamente, um país exemplar no que se refere à tolerância racial.
Segundo matéria do Times, as demonstrações de ódio a Obama estão em todos o país, com mais intensidade nos Estados do Sul. Uma professora da Universidade do Alabama contou que um cartaz da família Obama foi rasgado na porta de seu escritório e no seu lugar colocaram outro cartaz, com uma ameaça de morte e palavras racistas. No Estado de Idaho, estudantes foram vistos cantando "assassine Obama" dentro de um ônibus escolar.
Em Nova York, onde Obama teve grande apoio, um jovem negro contou ter sido atacado com um bastão por quatro homens que o chamavam de "Obama" na noite da eleição. Em Forest Hills, subúrbio de Pittsburgh, um homem negro disse que encontrou um bilhete em seu carro com os dizeres: "Agora que você votou em Obama, tome cuidado com a sua casa."
No Estado do Maine, clientes de uma loja de departamentos estão apostando US$ 1 na data que o novo presidente será morto. No local das apostas, está escrito "vamos esperar que alguém vença". No mesmo Estado, bonecos negros enforcados foram pendurados em árvores em Mount Desert Island, segundo o Bangor Daily News.
Cruzes queimadas foram colocadas nos jardins de partidários de Obama em Nova Jersey e na Pensilvânia. Em Massachussetts, uma igreja de uma congregação negra foi incendiada poucas horas depois de a vitória de Obama e mais de 20 carros foram pintados com pichações racistas em Long Island, em Nova York. Também foram encontradas pichações semelhantes em Kilgore, no Texas, e em Los Angeles, na Califórnia, onde skatistas escreveram "Volte para a África" em casas, calçadas e carros.
Isso tudo ocorre no país considerado a maior democracia do mundo - uma democracia que não conseguiu superar a desigualdade social e por isso convive com todas as conseqüências desse fato. Uma das quais o intolerável e absurdo racismo.
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