O projeto da oposição de ocupar o Planalto a partir de 2010 terá necessariamente de omitir a ideologia que levou o mundo à pior crise econômica desde o crash de 1929. É essa a maior fragilidade do plano, lançado com fogos de artifício pelos próceres tucano-pefelistas tão logo se encerrou a eleição municipal.
O timoneiro dessa nau dos insensatos, governador José Serra, louvado por toda a mídia tradicional como uma liderança da mesma estatura de um Churchill, há muito abandonou o verniz desenvolvimentista com que se apresentava no início de sua fulgurante carreira política. Hoje, abraça sem nenhum pudor a causa dos que defendem um país mais desigual e injusto, um Estado com poucas responsabilidades e um mercado todo-poderoso. Não por acaso é o maior defensor, entre as aves de sua espécie, da manuntenção da aliança com o PFL, aquela turma que se senta à direita da direita tupiniquim.
O lado governista terá, portanto, a dupla missão de atravessar a tempestade sem que ela provoque o naufrágio do barco e transmitir aos passageiros a notícia de que a tormenta teve uma causa definida, um sujeito determinado, e não foi obra do acaso.
Já houve quem tivesse perguntado o que seria hoje do Brasil se o planejamento tucano de permanecer no poder por 20 anos não tivesse sido rasgado pelo ex-metalúrgico barbudo. As respostas variam desde uma terra arrasada a um caos indescritível, um cenário perfeitamente desfrutável por quem prefere viver, sem remorsos, do butim.
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