A ex-primeira dama Ruth Cardoso, principal formuladora da política social da era FHC, brindou com palavras pouco elogiosas as ações do governo Lula nessa área. “É preciso mudar o jeito de enfrentar a pobreza. Toda política social tem que ser avaliada, saber aonde vai chegar. Duvido que alguém conheça uma avaliação séria dos programas em curso”, disse a socióloga. “Avaliação de programa social no Brasil é feita assim: as pessoas verificam se os ‘olhinhos’ das crianças brilham. Não é assim que se avalia”, continuou dona Ruth, que também bateu forte na relação entre as ONGs e o governo e no Fome Zero: “Parceria não é só repassar recursos. Isso se tornou visível no início do governo Lula com o Fome Zero, que foi sempre um ‘conjunto de coisas’. O governo ia aos empresários e pedia recursos. Isso está longe de ser uma parceria. Se é para fazer assim, seria melhor aumentar logo os impostos e aplicá-los em ações sociais.”
Dona Ruth disse essas e outras coisas mais num seminário promovido pelo maridão para discutir reformas no tucanato. Claro que foi muito aplaudida, assim como o consorte ilustre, que aproveitou a ocasião para, mais uma vez, descer a lenha no operário que ocupa o Palácio do Planalto.
O que dona Ruth não disse foi que essa política social que ela e seus amigos tanto criticam já foi capaz de diminuir a imensa desigualdade social - fonte de todos os males de nossa sociedade - que os oito anos de luzes principescas sequer tocaram.
Certo mesmo está o zé povinho, a massa, a ralé, a plebe, o cidadão brasileiro, enfim - essa entidade incorpórea que um dia a sabedoria tucana vai descobrir que existe - que em uma frase define perfeitamente esse tipo de gente: "A inveja mata."
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