Talvez cansado do frio e da chuva, o bilionário russo Boris Berezovski cogita deixar Londres, onde vive com o status de asilado político, para morar no Brasil, terra tropical abençoada por Deus e bonita por natureza. Uma vez aqui, estaria disposto a investir em vários setores e a construir um estádio para a gloriosa nação corintiana.
Um conto da carochinha ou do vigário?
Pois afinal, esse tal de Boris é o mesmo que teve de fugir da Rússia depois que Putin assumiu o poder e resolveu acertar as contas com os oligarcas que, no reinado de Ieltsin I e único, mandavam e desmandavam. Nosso Boris correu para a Inglaterra com os bolsos cheios de dólares (convertidos dos rublos) que teria multiplicado com um golpe na AutoVaz - a fabricante dos Lada -, na petrolífera Sibneft e na privatização suspeitíssima da gigante Aeroflot. Isso para ficar no trivial. Constam de seu currículo histórias sobre um assassinato de um jornalista e de laços comerciais e afetivos com aquela turminha boa da Chechênia que gosta de matar crianças em escolas e pessoas em teatros. E de inúmeros atentados a que teria sobrevivido. Enfim, uma vida cheia de emoções.
Por ser considerado pela rainha asilado político, Berezovski acha que pode viver no Brasil sem problemas. Não é o que pensam as autoridades russas, que se movimentam para pedir sua extradição tão logo desembarque por aqui.
O lobby pela importação de Boris cresce. Ele tem entre seus fiéis defensores o presidente corintiano Alberto Dualibi e o notório aventureiro Renato Duprat, que age com extrema desenvoltura para emplacar o projeto Boris no Brasil. Para tanto, Duprat lembra a todo mundo a intenção de Boris investir aqui cifras bilionárias, justamente neste momento em que o PAC tenta engrenar a primeira marcha.
Boris, antes de se tornar bilionário e foragido de seu país, foi um matemático famoso na URSS. Sabe, portanto, resolver as mais complicadas equações. Se decidir realmente aportar por aqui é porque terá certeza de que estará longe de qualquer problema.
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