Os editoriais do Estadão são um dos maiores divertimentos da imprensa brasileira. O estilo é único: desperta memórias da infância quase esquecida, cheiros de jardins adormecidos, sons de bandas desafinadas. Parece que o tempo não passa na página 3 do diário paulista. Na falta de assunto, resgata-se a guerra fria, rediviva nos próceres do Partido dos Trabalhadores e na figura do maior líder, o presidente Lula. A pena mesquitiana nada poupa deles.
Um dos mais recentes escritos, "Outra Desculpa Esfarrapada" (que título incisivo!), critica a demora na escolha do Ministério. Lógico que por culpa do barbudo, "porque, se dependesse dele, não haveria reforma ministerial (...); porque lhe falta aptidão para negociar, mesmo a partir da mais privilegiada das posições políticas concebíveis no presidencialismo; porque lhe falta aquela liderança que não advém exclusivamente das ruas e das urnas e que, diferentemente do que possa imaginar, não é sinônimo de popularidade; porque, em suma, tem horror a tomar decisões quando as decisões têm custo diferente de zero".
É ou não é uma delícia?
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