sexta-feira, 11 de março de 2016

O capital unido jamais será vencido

Um dos maiores financiadores da riquíssima campanha presidencial de Marina Silva, dono da empresa de cosméticos Natura, aquela que terceiriza até as mães de seus funcionários para sonegar impostos e taxas, escreve artigo na Folha, aquele jornal raivosamente antipetista, defendendo a tese (sic) de que a saída da crise passa pela renúncia da presidenta Dilma de seu cargo.

Interessante.

Quer dizer que a crise econômica, que existe e foi provocada, em parte pela conjuntura internacional, mas também pela própria crise política deflagrada pelos derrotados de 2014 - incluída na lista a candidata do dono da Natura -, e pela tal operação Lava Jato, que vem destruindo a cadeia petroquímica e de construção, estará resolvida se a presidenta for defenestrada do Palácio do Planalto?

Assim, vapt-vupt, num passe de mágica?


Ora, convenhamos, é muita cara de pau um sujeito escrever um troço desses e muito cinismo publicar-se tal bobajada.

A crise, vamos repetir, em grande parte é culpa dessa oposição tresloucada, que não deixa a presidenta governar.

Ou seja, os mesmos que a provocam dizem que ela será resolvida com a renúncia da presidenta.

A dose de desfaçatez no Brasil realmente atinge níveis estratosféricos.

Outro empresário, o dono da rede de junk food Habib's, metida em complicações fiscais, conclama seus clientes para os atos antigoverno deste domingo, 13 de março.

E gasta um bom dinheiro para divulgar a sua campanha de "marketing", sem perceber que as redes sociais já estão entupidas de manifestações que variam da simples gozação às mais ferozes conclamações de boicote à gororoba vendida nas suas lojas.

Os dois, o dono da Natura e o dono do Habib's, parece, têm em comum a ojeriza ao governo trabalhista.

Mas, tudo indica, esse não é o único ponto em comum entre ambos.

Une-os a pobreza de espírito que caracteriza uma elite econômica que fez do Brasil campeão mundial de desigualdade social - essa tragédia que impede qualquer projeto desenvolvimentista e que só muito recentemente, justamente nos governos trabalhistas, começou a merecer atenção.

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