quinta-feira, 10 de março de 2016

Moro e a plateia limpinha e cheirosa: um caso de amor

O estelar juiz Moro foi falar, mais uma vez, para a plateia do Lide, autodenominada "maior organização empresarial do Brasil", e que pertence a João Dória Junior, também conhecido por João Dólar Junior, que ficou rico e famoso explorando a vaidade, o preconceito e a ignorância de nossos "empreendedores".

Dito isso, é lícito perguntar se o juiz Moro, tão zeloso da moralidade, pública e privada, cobrou pela sua participação no evento do Lide ou se foi lá na faixa, na base da amizade.


Se cobrou, fez mal: usou a sua atual visibilidade midiática para aumentar a conta bancária, que já deve ser gorda.

Vamos lembrar que juízes não existem para serem heróis das massas, do populacho, da indústria de comunicação, mas sim para promover a Justiça.

Se não cobrou, também fez mal: usou o evento de um político - João Dólar Junior deverá ser o candidato tucano à prefeitura paulistana - para promover o amigo candidato e a si mesmo, e, assim, ampliar ainda mais a popularidade que ganhou com essa sua cruzada moralista - a bem da verdade, falso moralista, mas isso é outra história.

Tem também o fato de que o ilustre magistrado só fala para plateias branquinhas e cheirosas.

Nunca foi visto, nem de longe, de um sindicato de trabalhadores ou de um auditório com gente com cara de brasileiros.

Vai ver que tem algum problema de se misturar com "essa gente"...

E sobre o que disse para os lideanos, que não é culpado pela destruição da economia do país...

Nenhuma novidade para a plateia dos sofridos "empreendedores": a culpa. todos sabem, é da Dilma, do Lula e dos malditos petralhas.

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