domingo, 14 de fevereiro de 2016

Quem com crise fere, com crise será ferido

O jornalista do Estadão, que já temia os sobrevoos periódicos e vorazes dos passaralhos, essa ave que rapina os empregos, agora se vê ameaçado por uma infestação do pequeno e perigosíssimo mosquito Aedes Aegypti, como se o seu vistoso prédio ao lado da Marginal Tietê fosse um barraco insalubre das tantas favelas que enfeiam a capital paulista.

A pouco mais de 50 quilômetros da sede do venerando diário, o Jornal de Jundiaí, onde trabalhei vários anos de minha juventude, atrasa pagamentos e comete uma série de outras irregularidades que afetam a vida de seus funcionários, segundo denúncia do sindicato dos jornalistas.

Estadão e Jornal de Jundiaí, como tantos outros órgãos da imprensa brasileira, apostam e estimulam a crise, usam suas páginas para amplificar as dificuldades econômicas do país e, principalmente, para desgastar o governo federal, o Partido dos Trabalhadores e suas lideranças. 


Os dois jornais dedicaram - e continuam dedicando - um enorme esforço para convencer as pessoas de que o Brasil está no buraco, de que a corrupção é a fonte de todos os males e de que ela é uma peste recente, nascido há pouco mais de uma década, exatamente quando os trabalhistas tomaram assento no Palácio do Planalto.

Estadão, Jornal de Jundiaí e praticamente todas as empresas de comunicação do país sofreram, nestes últimos tempos, queda na circulação e no faturamento.

Todos eles culpam a crise, a mesma crise que incentivam, numa atitude contraditória e suicida.

Dar manchetes diárias sobre os corruptos do PT ou sobre uma terrível recessão que em outros tempos seria vista como uma dificuldade passageira, provoca, mesmo num curto prazo, o efeito de afastar público e anunciantes.

Os jornais queriam o quê, berrando sem parar que o país está perdido?

Seria lógico esperar que seus leitores, as agências de publicidade e os empresários ignorassem o vastíssimo noticiário sobre o fim do mundo - no caso, o fim do Brasil?

Ora, em tempos de crise, dizem os manuais de administração, a primeira vitima é a verba de publicidade. 

Estadão, Jornal de Jundiaí e todos os outros que veem seus negócios lenta, mas inexoravelmente, irem para o vinagre, com fuga de leitores/telespectadores/ouvintes, e encolhimento de receita publicitária, colhem apenas o que plantaram.

São incompetentes, pois não souberam avaliar as consequências da revolução da internet, e nem foram capazes de perceber que se afastando de seu "core business", a informação, não iriam longe.

Quem compra um jornal quer ler notícia, não propaganda. 

Simples, não?

6 comentários:

  1. Os caras sabem que tomaram um caminho sem volta.
    O negócio agora é radicalizar para derrubar o governo.
    Num primeiro momento, parece só o tiro fatal do suicida, pois, como você bem disse, quanto mais crise plantam, mais profecias catastróficas se autorrealizam e mais eles vão para o buraco.
    Sim, todos sabemos disso.
    Só que os caras não estão pregando uma via insurrecional para solução da crise se oferecendo em sacrifício. Provavelmente apostam numa espécie de "proer" da mídia por parte de quem viesse a suceder uma deposta Dilma.
    Não tenho dúvidas de que já há até acordos secretos, sei lá, com Temer, Aécio, Moro ou seja quem for o usurpador, para vir com algum plano de salvação da mídia a ser pago por todos nós.
    Com o aplauso dos liberais, of course!

    Abraço,
    Sidnei

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  2. É como diz o pessoal lá na roça: "o bom cabrito, não berra."

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  3. Acabou o papel.
    Jornal britânico “The Independent” acaba com edição em papel http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/jornal-britanico-the-independent-acaba-com-edicao-em-papel/

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    1. Não tem pobrema. Nós limpa com papelão. Nós se vira.

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  4. Essa mídia,e militantes de oposição,estão achando que se colocarem alguém deles lá,num passe de mágica,tudo se resolverá para eles e mais ou menos para o País...ledo engano...O Macri tá penando na Argentina e se bobear não completa o mandato...os tempos são outros,na América latina...bem ou mal o PT criou um ciclo vicioso que se traduz em diálogo e beneficios para a população...o povo não vai aceitar neoliberalismo...mesmo que a mídia tente desesperadamente abafar as malandragens...a corrente será rompida...não tenho dúvidas. Outra Coisa: alternância de poder é o caramba...poder se decide é nas urnas.

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  5. Vamos acabar com o mosquito Aecios aegypti transmissor do vírus da corrupção porque o pior dos corruptos é aquele que condena os do lado de lá e defende os do lado de cá.

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