terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Era uma vez um país...

O Brasil acabou.

O gigante adormecido, a nação do futuro, já não existe mais.

Em seu lugar ficou isso que a gente vê diariamente: um país subjugado pelo pessimismo, enfeitiçado pela intolerância e dominado por forças reacionárias.

O medo venceu a esperança.

Uma década e meia de lavagem cerebral, de envenenamento das mentes de uma população na maioria ignorante das mais elementares noções de lógica, cidadania e história, finalmente fez o efeito desejado, de transformar as pessoas em completos idiotas, esses que, como se dizia quando havia nos céus tupiniquins um raio de luz, não sabem juntar lé com cré.

O pior de tudo é que o Brasil reunia todas as condições de se tornar uma potência - em todos os sentidos. 

Território continental, terras férteis, povo trabalhador e criativo, um oceano de possibilidades...

E tudo jogado fora por uma plutocracia selvagem, obscena em sua ganância e desumana em sua maldade, que não aceita perder migalhas de seus imensos privilégios.

Dói também saber que esse crime teve como parceiro principal o jornalismo, profissão que escolhi para a minha vida.

Entristece ver tantos companheiros, inúmeros colegas de redação, tomarem parte dessa vilania.

Junto com esse processo, aparentemente irreversível, de transformação do Brasil numa sociedade pré-capitalista, onde as desigualdades econômicas e sociais se aprofundarão ainda mais, esvaem-se também alguns dos sentimentos, emoções e valores que tornam o ser humano único na natureza: a alegria, a solidariedade, a tolerância, a justiça, a bondade...

O Brasil acabou.

E os brasileiros nem se importam, nem choram por isso.

2 comentários:

  1. Tá difícil,mas não perco a esperança.

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  2. Dá uma lida no artigo: "Presidencialismo, e a Conspiração Vermelha", no blog do Mauro Santayana.

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