quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A nossa imprensa, a serviço da barbárie

Comecei este blog há mais de oito anos porque, já naquela época, achava um absurdo que praticamente todos os jornais, todas as revistas, todas as emissoras de rádio e televisão, todos os meios de comunicação, enfim, se dedicavam à gloriosa tarefa de esculhambar o governo trabalhista, suas lideranças e o principal partido de esquerda do país, o PT.

Inconformado, resolvi exercer minha cidadania da melhor maneira que julguei possível, utilizando a internet, essa maravilha, para falar sobre tudo aquilo que, para mim, é importante.

Aprendi que esse exercício cotidiano vale a pena, pois nos fortalece como seres humanos conscientes, que buscam um mundo melhor, mais justo e igualitário.


Trabalhei mais de 40 anos em redações dos mais variados figurinos - minúsculas, pequenas, médias e grandes, do interior e da capital. 

Por mais medíocre que eu seja, deu, nesse tempo todo, para saber como funcionam as coisas no jornalismo pátrio.

Regra número 1: a liberdade de imprensa é um mito, só se publica o que o patrão deixa - e quer.

Regra número 2: os donos das empresas jornalísticas estão entre os piores patrões do universo, burlam descaradamente todas as leis que não lhes favorecem, tratam os jornalistas como lixo descartável - mesmo aqueles que, em determinado momento fazem, descaradamente, o jogo patronal.

Regra número 3: não existe jornalismo imparcial, todas as notícias passam por um filtro ideológico, e, portanto, não retratam o factual e não mostram a realidade.

Vamos ficar por aqui.

E voltar ao início desta croniqueta.

O massacre midiático contra qualquer um que não pense exatamente como a oligarquia nacional é tremendo, desumano até.

O que dizer, então, daqueles que cometeram o pecado de, além de não se sujeitarem às regras seculares da nossa plutocracia, resolveram que era hora de mudá-las?

Falem o que quiser do PT, mas se não fosse por ele, o Brasil ainda seria uma imensa fazenda dividida entre a casa grande e a senzala, completamente submissa ao "grande irmão do norte", implorando por algumas migalhas do butim que o capital recolhe diariamente em todo o planeta.

Muito do PT original se perdeu nesses anos todos. 

O poder corrompe, é o que dizem.

Talvez seja mesmo esta a hora de o partido fazer uma reflexão, pesar os seus acertos e seus erros, submeter-se a uma autocrítica, mudar o que deve ser mudado, limpar de seus quadros os oportunistas.

E talvez seja esta também uma boa hora para, em meio a esse processo, firmar a convicção de que, sem uma imprensa plural forte, a jovem democracia brasileira terá poucas chances de sobreviver.

Todos sabem que a nossa imprensa é inimiga do Brasil civilizado.

Que tal aqueles que temem a volta da barbárie se unirem para combater as suas ações deletérias?

3 comentários:

  1. Prezado Sr. Carlos Motta. O senhor não tem absolutamente nada de medíocre, toda semana passo por aqui e faço as melhores leituras sobre política disponível na internet. Seus textos são curtos, objetivos e agradáveis de se ler, diferente daqueles jornalistas que exigem do leitor 16 livros e centenas de relatórios e processos para entender o assunto.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Thiago, pelo seu incentivo. Espero continuar a escrever textos que agradem as pessoas pelo menos por sua sinceridade. Abraço!

      Excluir
  2. Grande Motta. Mesmo no estaleiro, mantem as antenas ligadas e seu apurado senso critico. Não posso dizer outra coisa senão: "viva nosso Brasil".
    Obs: e saude claro! Breve recuperação.

    ResponderExcluir