O nível de desinformação do brasileiro médio é impressionante.
Ele, praticamente, não sabe nada da cidade onde vive, do seu país ou do mundo.
Tem mínimas noções sobre as várias áreas do conhecimento humano.
Tudo o que conhece é dirigido para desempenhar as tarefas do dia a dia.
É um ser ingênuo, tolo, que acredita em superstições e lendas, boatos e fofocas, se guia pelas notícias de telejornais e programas policiais popularescos, e se deixa enganar com facilidade por picaretas que se passam por religiosos. Grande número dessas pessoas é analfabeta, mal e mal sabe escrever seu nome.
A causa dessa tragédia não pode ser resumir à fraca educação formal que tiveram, embora ela seja a maior responsável por toda essa ignorância.
Nos meus tempos de estudante dos antigos ginásio e colegial, nas décadas de 60 e 70, existia uma disciplina chamada Organização Social e Política do Brasil, que nós resumíamos para OSPB, que foi tirada da grade curricular, sabe-se lá por que, em 1993, segundo a Wikipédia, que nos ensina o seguinte:
"Organização Social e Política do Brasil (mais conhecida pela sigla OSPB) era uma disciplina do ensino básico no Brasil, entre 1962 e 1993.
O ensino de OSPB foi proposto por Anísio Teixeira, durante o governo de João Goulart, na Indicação Nº 1 do Conselho Federal de Educação, de 24 de abril de 1962. Conforme o conselheiro Newton Sucupira, o seu estudo deveria servir para apresentar aos jovens estudantes as instituições da sociedade brasileira e a organização do Estado, a Constituição, os processos democráticos, os direitos políticos e deveres do cidadão. Seus modelos eram a "Instrução Cívica" francesa e a "American Government" americana.
Após o golpe militar de 1964, as sucessivas reformas da educação, com a criação da disciplina Educação Moral e Cívica (EMC) chegou a extinguir as disciplinas de Sociologia e Filosofia, reunindo parte do seu conteúdo sob a OSPB. As duas matérias foram tornadas obrigatórias pelo Decreto-Lei 869, de 1969, e extintas pela Lei 8.363, de 1993.
Em 2013, o deputado Valtenir Pereira apresentou um projeto de lei para reinstituir o ensino de EMC e OSPB."
Não sou louco de afirmar que, se a OSPB voltasse a ser ensinada, as próximas gerações de brasileiros iriam sair da escola sabendo tudo.
Mas, ao menos, teriam muito mais consciência do que é ser um cidadão.
Saberiam, por exemplo, que os impostos são cobrados por municípios, Estados e União, da mesma forma que a saúde pública e a própria educação têm a responsabilidade dividida entre essas três esferas.
Poderiam, dessa forma, fiscalizar melhor a gestão pública, pois, convenhamos, é muito mais fácil aporrinhar um prefeito ou os vereadores do que um governador de Estado ou um presidente da República.
Uma coisa, porém, seria, se a OSPB voltasse, mais que necessária: aulas minimamente atrativas, porque, pelo menos no meu tempo, elas eram muito, mas muito chatas.
Ponto fundamental. Sem isso, não andamos prá frente. Esperamos ansiosos os recursos do pre-sal na educação.
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