segunda-feira, 29 de junho de 2015

Um facho de esperança para São Paulo

"O domingão na Paulista foi a São Paulo do amor"
(Foto: André Tambucci/Fotos Públicas)

Fui embora da capital paulista há um ano e meio, logo depois de acertar com o INSS a minha aposentadoria, antecipada por um daqueles "passaralhos", a gíria dos jornalistas para se referir às demissões em massas que costumeiramente interrompem carreiras, destroem sonhos e machucam corpos e espíritos de jovens e velhos companheiros.

Escolhi morar, no que me resta de vida, no interior do Estado, longe da confusão, barulho, sujeira e violência das grandes cidades.

Residi em São Paulo por 25 anos, tempo suficiente para perceber a sua contínua deterioração, para sentir que a cada dia ela se tornava mais hostil aos seus habitantes.


Aguentei o quanto pude, convicto de que São Paulo não tem mais jeito, é ingovernável, e que a situação chegou a tal ponto por causa de uma sucessão de governos ineptos, incompetentes e salafrários.

O fato de ter abandonado a metrópole, porém, não significa que deixei de acompanhar o que nela se passa e, sinceramente, desejar que a vida de seus cidadãos melhore.

Dessa forma, acompanho, esperançoso, essa revolução urbana que o prefeito Fernando Haddad está promovendo na cidade - depois de, como ministro da Educação, ter revolucionado a área em que trabalhou. 

E fico extremamente feliz em ver que, apesar de toda a infâmia midiática de que é vítima, ele continua firme em suas convicções, continua, corajosamente, enfrentando uma imprensa reacionária, mentirosa e inescrupulosa, não se abate com os ataques sofridos por uma pseudoelite saudosa da escravatura, e vai em frente, quebrando paradigmas, arrebentando as correntes do preconceito e ódio que têm tornado São Paulo a grande porcaria que é. 


Volta e meia os "instituto de pesquisa" nos informam da baixa popularidade de Haddad como governante.

Como toda notícia a seu respeito, elas nada mais são do que parte da guerra publicitária movida pela plutocracia contra a sua administração.

Alguém se lembra da sórdida campanha movida contra o IPTU progressivo que ele quis efetivar? 

Ou da absurdas críticas contra as faixas exclusivas e corredores de ônibus, como se fosse um crime melhorar o transporte de massa?

Haddad pode ser criticado por muitas coisas - quem mora em São Paulo e vive o seu dia a dia certamente tem queixas contra a sua atuação.

Afinal, como disse anteriormente, acho a capital paulista ingovernável.

Mas que ele é um facho de esperança, um raio de luz para quem deseja viver numa cidade mais humana e mais agradável, ah, isso ele é. 

A nova ciclovia da Paulista e a festa de sua inauguração mostraram que sonhar é possível.

E, para terminar esta croniqueta, faço minhas as palavras do amigo Mario Rocha, que usou o Facebook para expressar o sentimento de muita gente sobre este momento especial da metrópole:

Ocupa Paulista. São Paulo cidadã. Domingão lindo no espigão da cidade! Que continue. Que amplifique. Que os corações mesquinhos e as mentes entrincheiradas percebam que é melhor ser alegre que ser triste. Há muito a ser feito neste mundo. Mas os bons exemplos, aqueles que servem a todos independentemente de gênero, crença (e a falta dela), classe social e cor da pele sejam comemorados pra que a roda da bicicleta continue em movimento. São Paulo é a cidade do amor e do ódio. Não é para amadores. O domingão na Paulista foi a São Paulo do amor.

2 comentários:

  1. Motta, você tirou as palavras da minha boca (ou melhor, do meu teclado). Hoje mesmo passei lá na Paulista e senti orgulho deste prefeito que não é de papo furado. Vai em frente e faz o que promete, sem medo de ninguém. Skates e bicicletas circulavam pela linda faixa. Vi duas câmeras de tv postadas por muito tempo em dois pontos diferentes. Achei ótimo. Mas depois... fiquei cismada. Será que estão tanto tempo lá para ver se acontece qualquer acidente que seja? Espero que não... Mas do jeito que a coisa anda...

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  2. Parabens aos Paulistanos. Mas, cuidado com o TCU e sua paranóia com as pedaladas.

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